segunda-feira, 30 de março de 2015

Relatório do UNICEF apresenta desafios do ensino médio no Brasil

Um relatório lançado pelo UNICEF mostra que universalizar o ensino médio com qualidade permanece, ainda hoje, um dos principais desafios da educação no País. Ainda que nas duas últimas décadas os indicadores de acesso e de permanência tenham evoluído, o Brasil apenas conseguirá universalizar o ensino médio em 30 anos se as condições atuais na educação prevalecerem.

É o que mostra a publicação 10 Desafios do Ensino Médio no Brasil, apresentada hoje no Seminário “Ensino Médio no Brasil: sujeitos, tempos, espaços e saberes”, que está sendo realizado entre 11 e 13 de março, em Belo Horizonte, pelo Observatório da Juventude da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

De 2004 a 2014, o percentual de adolescentes de 15 a 17 anos matriculados no ensino médio aumentou de 47,5% para 59,5%, uma evolução melhor que em anos anteriores. No entanto, cerca de 1,7 milhão de adolescentes de 15 a 17 anos (16,3% dessa população) ainda estão fora da escola, segundo dados da Pnad 2011. Entre os que estão matriculados, 35,2% (em torno de 3,1 milhões) ainda frequentam o ensino fundamental.

“O Brasil conquistou grandes avanços no ensino médio, mas agora é preciso acelerar esse processo e garantir a qualidade do ensino”, diz Mário Volpi, coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do UNICEF no Brasil. “Isso será possível por meio de metodologias de ensino que estejam em sintonia com o contexto, as vivências e as expectativas dos próprios adolescentes.”
Por essa razão, além de trazer análises e levantamentos estatísticos, o relatório do UNICEF apresenta os desafios apontados por 250 adolescentes que estão fora da escola ou em risco de abandoná-la. O objetivo da pesquisa, realizada pelo Observatório da Juventude da UFMG, foi entender o que os impede de permanecer na escola e progredir em seus estudos.

Foram realizadas entrevistas por meio de grupos focais nas cidades de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Belém (PA), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e Santana do Riacho (MG) entre outubro e dezembro de 2012 e entre maio e novembro de 2013.

Trabalho precoce, gravidez e violência familiar e no entorno da escola, falta de acesso à escola na zona rural e ausência de proposta pedagógicas inovadoras são alguns dos desafios apontados pelos adolescentes entrevistados, independentemente do lugar onde vivem.

Allan Weskley, de 18 anos, estudante de Belo Horizonte, uma das cidades incluídas na pesquisa, contou que vivencia alguns desses problemas em sua escola. “As turmas começam com 40 alunos e terminam com 25. Todo ano vemos a mesma coisa. Eu converso com meus amigos que pararam e escuto sobre a dificuldade que existe em conciliar trabalho e estudo”, relatou o jovem, que faz parte de um grupo de 80 adolescentes que vai participar do seminário.

Nas entrevistas, os alunos de diferentes cidades fizeram críticas ao currículo, que consideram distante de sua realidade. “Gostaria que os professores deixassem as matérias mais simples, ensinassem alguma coisa que fizesse parte de nossa vida”, disse um adolescente de Fortaleza, que abandonou a escola no ensino fundamental.

O tema da violência esteve presente na pesquisa. Uma adolescente de Brasília que parou de estudar durante o ensino médio relatou: “eu parei de estudar por causa da guerra [disputa entre grupos rivais do tráfico] (…) Tenho medo de ir para a escola e eles tentarem fazer alguma coisa comigo, me matar. Aí, eu não vou mais para a escola”.

Outro ponto levantado pelos entrevistados é a relação que dos alunos com professores. Segundo eles, a escola e os professores não abrem espaços para os alunos se manifestarem. Eles afirmaram que são infantilizados e não são considerados nas decisões sobre o cotidiano escolar. “Tem dias que eu nem mato a aula, a aula é que me mata”, disse um adolescente de Brasília que está cursando o ensino fundamental.

Material inovador

Como parte dos esforços para superar esses desafios, será lançada no seminário desta semana a coleção de Cadernos Temáticos Juventude Brasileira e Ensino Médio. A coletânea foi elaborada em formato de cadernos temáticos, com 13 cadernos referentes aos temas abordados nos módulos do curso e um caderno com propostas de atividades e oficinas que cada professor poderá desenvolver na escola.

Acesse o relatório na íntegra aqui.

Fonte: Unicef

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Filme sobre nova lei florestal começa a ser exibido nos cinemas no dia 30/3


Sessões serão viabilizadas por meio de financiamento coletivo na internet: quando atingido o valor mínimo necessário para a exibição em uma sala, ela será confirmada e outra sessão será aberta para compra. ISA é um dos parceiros da produção
 
O documentário “A Lei da Água – Novo Código Florestal” começa a ser exibido no dia 30/3, em cinemas de várias capitais do País. Dirigido por André D’Elia e com produção executiva de Fernando Meirelles, o filme retrata a polêmica sobre as mudanças da nova lei florestal (12.651/2012), que revogou o antigo Código Florestal, de 1965, e que prevê o que deve ser conservado e pode ser desmatado nas propriedades rurais e cidades brasileiras.

O filme é produzido pela Cinedelia e coproduzido pela O2 Filmes, de Meirelles. O ISA é um dos parceiros da produção, além de WWF-Brasil, Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e Bem-Te-Vi Diversidade.

O documentário será exibido por meio de financiamento coletivo: uma campanha de crowdfunding promovida pelo Catarse, iniciada na segunda (2/3) e que vai até o dia 30/3, vai levar a obra a sessões em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte (veja como participar).

Para viabilizar sua distribuição e levar o filme a grandes públicos, serão oferecidas sessões únicas para cada cidade. Quando for atingido o valor mínimo necessário para a exibição em uma sala, ela será confirmada e outra sessão para essa mesma cidade será aberta para compra. O longa não possui fins lucrativos e toda a verba gerada será revertida para a divulgação e exibição em universidades, escolas, sindicatos rurais e comunidades.

Ao fim de cada sessão, haverá um debate especial sobre o filme e a distribuição de uma cartilha sobre a nova lei florestal. “Em um momento como o que estamos vivendo, de crise hídrica, o público tem solicitado cada vez mais exibições do filme, até mesmo para entender o Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional”, explica André D’Elia.

Além disso, também estão sendo organizados cinedebates em organizações da sociedade civil, movimentos sociais, escolas, universidades e comunidades por todo o País.

Ambientalistas e ruralistas

Realizado ao longo de 16 meses, com entrevistas em Brasília, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, “A Lei da Água” dá voz a ambientalistas, cientistas, ruralistas e agricultores que acompanharam de perto a controversa tramitação do novo Código Florestal no Congresso.

O filme alerta sobre as consequências do novo Código Florestal – que anistiou 29 milhões de hectares desmatados ilegalmente em todo País – e sobre o que ainda pode ser feito para evitar mais prejuízos ao meio ambiente. O impacto sobre a capacidade da floresta de proteger e abastecer mananciais de água e, assim, prevenir crises como as que afetam São Paulo hoje, por exemplo, é um dos temas centrais da produção.

O documentário vem a público no momento em que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADins) contra a Lei.

“O Código Florestal Brasileiro deve ser bom para a agricultura, deve ser bom para a floresta e deve ser cumprido. Espera-se que o público compreenda as questões relacionadas à lei, podendo decidir por si próprio o que é melhor para o Brasil. E que vença a melhor ideia!”, afirma o diretor.
* Com informações da O2 Filmes.
  


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