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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um mundo mais justo, humano e sustentável para todos e todas

O final de 2010 se aproxima e algumas reflexões são necessárias. Aproveito o momento de celebração do Natal onde nossos sentimentos de solidariedade ficam mais a flor da pele.

Neste sentido, percebemos que ainda precisamos mudar para melhorar a qualidade de vida do nosso povo. Isto quer dizer “precisamos sair da lama”. E para diminuir mais as desigualdades sociais, são necessárias políticas públicas efetivamente comprometidas com esta causa. Onde garantem serviços essenciais como educação, saúde, trabalho, moradia, saneamento, transporte, cultura, segurança etc. Nossa lista pode ser extensa, mas a precarização do nosso povo humilde é histórica.

A partir de 1º de janeiro, uma nova conjuntura sinaliza que devemos analisar as últimas eleições como um termômetro político para a corrida à sucessão municipal que já começou.

Reafirmamos que não será tão simples este processo. Para isso, precisamos garantir qualidade de vida e formação de qualidade para que o nosso povo não seja manipulado como já foi outrora.

Lamentavelmente , os jovens são particularmente atingidos por essa situação. Como o sistema educacional não conseguiu tê-los e o mercado de trabalho não os incorpora, muitos deles abandonam a escola e permanecem sem ocupação, desfiliados dos papéis que lhes são socialmente atribuídos, os de estudantes ou de trabalhadores.

Neste sentido, o sentimento também presente é que o investimento e aperfeiçoamento para a nossa população é fundamental.

Não existe receita pronta e a participação popular é uma parceira importante. A pauta deve estar comprometida com os direitos humanos, com a participação social e a implementação efetiva de programas e ações sobre os interesses sociais, não mais do seu próprio bolso.

Desejamos mais avanços nas áreas sociais, econômicas, políticas e culturais em nosso país e em nossos municípios.

Embalados pelos sinos e a animação de mais um Natal que chega, este cenário traz uma nova expectativa para 2011.

FELIZCIDADE!

Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação, Historiadora e diretora do Sinpro


SINPRO Macaé e Região

Endereço: Rua Marechal Rondon, nº 08.
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domingo, 19 de dezembro de 2010

CONVITE

No sentido de compartilhar este espaço de comunicação e debate com a categoria, convidamos professores e professoras para exporem suas idéias, reivindicações e reclamações neste blog do Sinpro Macaé e Região.

Para isso, não é necessário ser filiado(a) a este Sindicato – embora desejável.

Adotamos como parâmetro textos de até duas laudas, incluindo eventuais fotos e ilustrações.

Ressaltamos que a publicação do texto caberá à diretoria, uma vez que é de sua responsabilidade, conforme o estatuto, responder pela entidade.

Agora é colocar mãos à obra e nos enviar o que importa: sua razão e sua emoção.

Sejam bem-vindos ao nosso blog, professores e professoras!

Diretoria do Sinpro Macaé e Região.


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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

7ª edição do Circulando – Diálogo e Comunicação na Favela

O Circulando é um evento que acontece na rua e a entrada é gratuita. As primeiras atividades começam às 9h com a caminhada ecológica. A partir deste horário até às 22h atividades estarão acontecendo no Complexo do Alemão, ainda que fiquem mais concentradas na rua onde estará o palco. O endereço é rua Doutor Nogushi, em frente à Joaquim de Queiroz, Grota. Ao entrar na rua, já será possível ver arte, cultura e direitos circulando pelo Alemão.

O que: 7ª edição do Circulando – Diálogo e Comunicação na Favela // Quando: 18 de dezembro, sábado // Que horas: das 10h às 22h.

Como chegar: a rua Doutor Nogushi é transversal da Avenida Itararé e se localiza em frente à entrada da Grota (rua Joaquim de Queiroz). O acesso é fácil seja de carro, metrô ou ônibus. Contatos: assessoria de imprensa e informação - Marianna Araujo e Vitor Castro: (21) 8187-7533 / 9173-1947 e David Amen: (21) 7609-4550


Edição especial

Foi pensando neste novo momento do conjunto de favelas que o coletivo organizador agregou a força do evento às ações do Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da Misericórdia. O Comitê agrega muitas das instituições que organizam o Circulando e depois da ocupação do Alemão vem trabalhando em torno de uma Agenda Propositiva Socioambiental para os Complexos do Alemão e Penha.

A Agenda será lançada durante o Circulando, que além desta discussão sobre desenvolvimento contará também com diversas atrações culturais e serviços para os moradores. O show mais esperado do dia fica por conta da banda de reggae Ponto de Equilíbrio. Haverá ainda apresentações de poesias, batalha de rima e show de rap, mutirão de grafite, capoeira, caminhada socioambiental pela Serra da Misericórdia, teatro, exibição de vídeos e uma ação com o grupo do Festival Estética Central. Entre os serviços que estarão disponíveis estão um núcleo de assistência jurídica da OAB, uma tenda do Centro de Apoio ao Trabalhador e uma equipe de Saúde Móvel com assistência médica e odontológica.

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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O diploma e os desafios contemporâneos

Por Venício Lima

São raras as atividades das quais participei nos últimos dois ou três anos nas quais, independente do tema sendo discutido, não aparecesse alguém e cobrasse minha posição sobre a obrigatoriedade do diploma de curso superior em jornalismo para o exercício da profissão de jornalista profissional.

Tenho constatado que a resposta a essa pergunta provoca inesperadas paixões e, em geral, serve como critério para colocar quem a responde no céu ou no inferno. Se a audiência for, majoritariamente, composta de estudantes de Jornalismo e/ou militantes de sindicatos de jornalistas, relativizar a importância do diploma e chamar a atenção para as transformações radicais pelas quais passa o campo das comunicações – e as incontornáveis conseqüências desse fato para o jornalismo e a profissão de jornalista – pode ser o caminho seguro para hostilidades e intolerância.

Assumo, mais uma vez, o risco e boto a minha mão no vespeiro.


Transformações radicais

Nos Estados Unidos, como se sabe, não há exigência de diploma para o exercício profissional de jornalista. Aliás, a exigência não é encontrada em nenhum país de tradição democrática.

Em artigo publicado neste Observatório há cerca de três anos, comentei que o College of Communications, na minha alma mater, a Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign, estava mudando seu nome para College of Media (ver "Ensino & Pesquisa: Mídia versus comunicação").

Reproduzi a justificativa oferecida pelo então dean do College, Ronald Yates, para a troca de communications por media. Disse ele:

"O que nos realmente fazemos é estudar e ensinar ‘comunicação midiatizada’ [mediated communications] (...). Nós estudamos e ensinamos mídia – mídia velha, mídia nova, mídia emergente, mídia futura. Em resumo, o College of Communications é sobre mídia. O mais importante de tudo isso (…) não é encontrar uma nomenclatura precisa, mas dar conta das mudanças que estão ocorrendo (...). A enorme mudança que produz informação e entretenimento a qualquer hora, em qualquer lugar, tem forçado as pessoas a se adaptarem constantemente. O resultado é que elas estão ficando mais sábias e discernindo melhor como gastar o dinheiro e o tempo delas, como buscar as notícias e como responder à mídia. Essas mudanças nas formas de distribuição [de informação e entretenimento] e na maneira como as pessoas pensam a respeito da mídia provocaram mudanças no escopo das comunicações como disciplina."

Na ocasião comentei também que, guardadas as diferenças, o "mercado" brasileiro demanda hoje um profissional que lembra os velhos pioneiros, isto é, um profissional que compreende a mídia em suas variadas dimensões, sua importância no mundo contemporâneo, e é capaz de produzir "comunicação" que possa ser distribuída em diferentes tecnologias. Em resumo: o profissional de hoje é multimídia, não é um especialista.

Apesar disso, afirmava, entre nós continuam a predominar cursos de graduação em unidades acadêmicas ainda vinculadas às divisões das velhas tecnologias, enquanto na pós-graduação prevalece uma tendência de forte fragmentação do campo de estudos (ver, neste OI, "Fragmentação versus convergência na comunicação").


Posição explicitada

Em pequeno livro concluído antes da decisão do STF, de junho de 2009, que considerou "não recepcionado" pela Constituição de 1988 o decreto que requer a obrigatoriedade do diploma de curso superior em jornalismo para o registro profissional, afirmei:

"Essa é uma questão sobre a qual tenho pensado há muito tempo. Mais recentemente, o surgimento da internet e o aparecimento dos blogs fizeram com que eu consolidasse uma posição amadurecida. Acredito que a melhor solução, aliás, já adotada em muitos países, inclusive no país que sempre é tido como referência na discussão sobre o jornalismo – os EUA – é a seguinte: existem os cursos de jornalismo nas escolas, nas universidades. As entidades profissionais fazem o ranking de qualidade desses cursos, que é amplamente divulgado. Os alunos que passam pelos melhores cursos acabam sendo valorizados no mercado profissional. Apesar disso, não há Lei impedindo alguém que não tenha feito o curso oferecido nessas escolas de exercer a profissão. Isso significa que ter freqüentado cursos de jornalismo, ter diploma, não é critério para o exercício da profissão. Mas também significa, evidentemente, que as escolas de jornalismo não devem deixar de existir. Ao contrário, elas devem existir. As melhores formarão os melhores profissionais" (cf. Bernardo Kucinski e Venício A. de Lima; Diálogos da Perplexidade – reflexões sobre a mídia; Editora Fundação Perseu Abramo, 2009; p. 27).


Formação profissional

Ao longo dos últimos três anos, os fatos parecem confirmar as tendências apontadas e a posição explicitada.

Noticiou-se recentemente que "a Universidade do Colorado estuda fechar seu curso de graduação em Jornalismo para criar um programa que combine preceitos jornalísticos e de ciência da computação". O novo curso seria algo próximo de uma "graduação em mídias". Além disso, informa-se que não é só a Universidade do Colorado "que estuda mudanças drásticas na grade de Jornalismo ou até mesmo a extinção do curso. Ao menos outras trinta escolas no país, entre elas Wisconsin, Cornell, Rutgers e Berkeley, consideram modificar os cursos para que se adequem às novas tendências do mercado de trabalho" (ver aqui). No Brasil, aos poucos, vai desaparecendo a tradição de formação crítica e humanista das universidades públicas. Ela vem sendo substituída pelo comprometimento exclusivo com o "mercado", predominante nos cursos oferecidos nas escolas privadas. Mais recentemente identifica-se uma clara movimentação por parte de setores do empresariado tradicional de mídia no sentido de atuar diretamente na formação profissional de jornalistas.

Além do conhecido e controvertido "Master em Jornalismo" http://www.masteremjornalismo.org.br/cursos/ (sic), que há mais de dez anos é oferecido no Brasil em associação com a Universidade de Navarra, recentemente a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) anunciou que iniciará, no próximo ano, cursos de graduação e pós-graduação em jornalismo. Os cursos terão a parceria do Instituto de Altos Estudos em Jornalismo (IAEJ), criado em 2010 por Roberto Civita, principal executivo do grupo Abril. A pós-graduação terá ênfase em "Direção Editorial", será coordenada pelo jornalista e professor Eugênio Bucci e, nas palavras do diretor-presidente da ESPM, deverá "aliar os valores e práticas do jornalismo independente a noções avançadas de gestão. Vamos desenvolver nos alunos a capacidade de coordenar a produção de conteúdos multimídia de qualidade" (cf. "Um impulso extra para a carreira de jornalistas" in Imprensa, nº 262, pp. 22-25).


Desafios imediatos

Não seria o caso de outros setores da sociedade – além de empresários e grupos ligados a doutrinas religiosas – também se preocuparem com a formação do profissional em "jornalismo independente"? Por exemplo, os sindicatos de trabalhadores?

A questão da obrigatoriedade ou não do diploma, inevitavelmente passará para segundo plano se considerarmos a indiscutível centralidade da mídia nas sociedades contemporâneas e a necessidade que a sociedade civil organizada tem de utilizar plenamente os enormes potenciais democratizantes que a internet oferece para tornar públicas suas posições e travar a cotidiana "batalha das idéias".

Esse é um desafio concreto e imediato que torna mais importante – e não menos – a profissão de jornalista, mas que, ao mesmo tempo, torna inevitável a rediscussão (a) das profundas transformações que ocorrem no campo das comunicações; (b) de suas implicações na redefinição do jornalismo e do jornalista profissional; e, também, (c) do que significa a conquista do pleno exercício do direito à comunicação.

Apesar de todas as paixões que o tema desperta, não podemos esquecer que mais importante do que a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o registro profissional é a universalização da liberdade de expressão e o aprimoramento da democracia.


Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Liberdade de Expressão vs. Liberdade de Imprensa – Direito à Comunicação e Democracia, Publisher, 2010.

Fonte: Observatório da Imprensa


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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dia Internacional da não Violência contra as Mulheres


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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Inauguração da Praça João Cândido e Palestra sobre violência contra a Mulher‏



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sábado, 20 de novembro de 2010

20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra


A educação é um ato permanente, dizia Paulo Freire, e neste sentido que é necessário que construamos instrumentos para a construção de uma sociedade anti-racista, que privilegia o ambiente escolar como um espaço fundamental no combate ao racismo e à discriminação racial.

Sabemos das dificuldades, mas avaliamos ser importante dividir este momento com aqueles e aquelas que desejam uma educação verdadeiramente emancipadora , humanista e não racista.

Neste sentido, em atendimento às atuais demandas e necessidades educativas e pedagógicas que emergem das práticas sociais, bem como, o que estabelece a legislação vigente e as políticas públicas, em especial, a implementação das leis 10.639/2003 e 11.645/2007.

Devemos fazer a nossa parte e estamos tentando construir junto com todos e todas novas práticas de respeito ao ser humano. A realização do 3º Encontro Cultural da Consciência Negra em Rio das Ostras, do CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras, que realizar-se-á no próximo dia 20 deve ser incluído como um movimento ainda inicial, porém com o compromisso de reescrever uma história com caminhos sem tantos espinhos.

Os 122 anos que nos separam da Lei Áurea não foram suficientes para resolver uma série de problemas decorrentes das dinâmicas discriminatórias forjadas ao longo dos quatro séculos de regime escravocrata.

Trazendo para nossa atualidade se considerarmos os mapas de escolaridade encontrado no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), bem como os dados na publicação do INSPIR (Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial), não precisaremos fazer muito esforço para compreender a extrema necessidade de diminuir a desigualdade sócio-econômicas a que está submetida a população negra ou parda de nosso país, um total de 43,7% da população brasileira.

Por isso, é necessário que problematizemos a questão da diversidade étnico–racial no âmbito do currículo das escolas , tanto quanto afirmar e estabelecer princípios, objetivos, estratégias para o desenvolvimento de práticas da educação das relações étnico-raciais.

Dia 20 de novembro , dia Nacional da Consciência Negra, nos leva a refletir: que tipo de consciência é esta que construímos no decorrer de nossa história?

Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação , Historiadora e diretora do sinpro

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terça-feira, 16 de novembro de 2010

A relação entre Movimento Sindical e Governo Dilma

Por Augusto César Petta

Desde quando iniciei minha militância no Movimento Estudantil , nos anos 60, preocupo-me com as profundas desigualdades sociais existentes no país. Não dá para aceitar, quaisquer que sejam as justificativas, que enquanto milhões de pessoas passam fome, uma minoria de privilegiados acumula fortunas incalculáveis. Sonhávamos no Movimento Estudantil, e continuo sonhando até hoje, que um dia o mundo será diferente e que alcançaremos a sociedade socialista, onde todos possam viver condignamente, desenvolvendo-se física, emocional, intelectual e socialmente.

Acredito que a luta estudantil, sindical e a de todos os outros movimentos sociais não devem perder a perspectiva de construção de uma sociedade justa e democrática. Só têm sentido movimentos sociais que persigam cotidianamente a conquista da igualdade entre todos os seres humanos.

Por isso, fiquei emocionado quando, em seu primeiro discurso, logo após ter conhecimento de ter sido eleita, a Presidenta Dilma disse que seu principal compromisso é a erradicação da miséria no país. E afirmou em seguida: “Ressalto, entretanto, que essa ambiciosa meta não será realizada apenas pela vontade do Governo. Essa meta é um chamado à nação. É preciso o apoio de todos para superar esse abismo que nos separa de ser uma nação desenvolvida”.

Penso que todos os movimentos sociais devem participar ativamente das iniciativas do Governo que visem efetivamente alcançar a erradicação da miséria. Evidentemente, isso não significa que os movimentos sociais não devam pressionar o Governo, em torno de suas reivindicações fundamentais. Até porque o atendimento dessas reivindicações contribuirá para haver maior igualdade e portanto,para a erradicação da miséria.

Passado o período eleitoral, em que as forças progressistas estiveram participando efetivamente - inclusive com os movimentos sociais exigindo dos candidatos, compromissos de atendimento das reivindicações – trata-se agora de exigir da Presidenta, dos Governadores, Senadores e Deputados eleitos que cumpram os compromissos que assumiram perante o povo.

Em primeiro de junho de 2010, realizou-se, no Estádio do Pacaembu, a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, com a presença de mais de 20 mil trabalhadores e trabalhadoras, coordenados pelas Centrais Sindicais. Ali foi definida a Plataforma de Lutas do movimento sindical brasileiro, que tem como bandeira principal e abrangente a luta por um Projeto Nacional de Desenvolvimento com Distribuição de Renda e Valorização do Trabalho, projeto este que, se implantado, erradicará a miséria no país. Dessa forma, há uma confluência de interesses da Presidenta com os do movimento sindical. Claro que, se essa confluência ocorrer terá, na oposição, as forças retrógradas e reacionárias, que tudo farão para que as grandes fortunas mantenham seus enormes privilégios.

Assim, imagino que o movimento sindical deve estabelecer com a Presidenta eleita uma relação, em que, por um lado, sem nunca perder a autonomia, participe de iniciativas do Governo que visem efetivamente a melhoria da qualidade de vida do povo e , por outro, pressione no sentido de que o novo Governo atenda as reivindicações das trabalhadoras e dos trabalhadores do Brasil.

Já tendo a experiência acumulada do que ocorreu em 2003, no início do primeiro Governo Lula - quando determinadas forças importantes do movimento sindical ficaram estáticas, na expectativa de que o Governo resolvesse os problemas dos trabalhadores e trabalhadoras, sem ser pressionado – deve-se pressionar o Governo para que atenda as reivindicações e que promova avanços mais significativos, comparando-se com os que ocorreram no Governo Lula. Não podemos nunca nos esquecer que as outras forças sociais, principalmente aquelas que representam os interesses das classes dominantes, estarão pressionando o Governo e o Congresso Nacional. E se só eles pressionarem, provavelmente, só eles conseguirão atingir os seus objetivos. Trata-se de uma batalha constante entre forças antagônicas que, em última instância, refletem a contradição básica da sociedade capitalista, entre capital e trabalho.


Augusto César Petta – ex-presidente da Contee, coordenador do CES – Centro de Estudos Sindicais

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Educação básica no Brasil na década de 1990: subordinação ativa e consentida à lógica do mercado

GAUDÊNCIO FRIGOTTO*

MARIA CIAVATTA **

E sem dúvida o nosso tempo... prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser... Ele considera que a ilusão é sagrada, e a verdade é pro­fana. E mais: a seus olhos, o sagrado aumenta à medida que a verdade decresce e a ilusão cresce, a tal ponto que, para ele, o cúmulo da ilusão fica sendo o cúmulo do sagrado.

                                                                     (Feuerbach)***

RESUMO: Este trabalho, apoiado no esforço de análises de pesqui­sadores e intelectuais que não declinaram do pensamento utópico e, portanto, do esforço de produção de um pensamento crítico a todas as formas de colonialismo, discute a política de educação básica nos dois mandatos do Governo Fernando Henrique Cardoso. A conclu­são a que chegamos é a de que a “era FHC” neste particular, também, foi um retrocesso tanto no plano institucional e organizativo quan­to, e particularmente, no âmbito pedagógico. Esta conclusão se fun­damenta, primeiramente, na análise do tipo de projeto social mais amplo e do projeto educativo a ele articulado, ambos associados de forma ativa, consentida e subordinada aos organismos internacionais.

As últimas décadas do século XX e o início do século XXI vêm mar­cados por profundas mudanças no campo econômico, sociocultu­ral, ético-político, ideológico e teórico. Em recente coletânea, por nós organizada (Frigotto & Ciavatta, 2002), analisamos que essas mu­danças se explicitam por uma tríplice crise: do sistema capital, ético-política e teórica.

No plano mais profundo da materialidade das relações sociais está a crise da forma capital. Depois de uma fase de expansão, denominada por Hobsbawm (1995) de idade de ouro, com ganhos reais para uma parcela da classe trabalhadora, particularmente nos países que repre­sentam o núcleo orgânico e poderoso do capitalismo, o sistema entra em crise em suas taxas históricas de lucro e exploração. A natureza dessa crise o impulsiona a um novo ciclo de acumulação mediante, sobretudo, a especulação do capital financeiro. Essa acumulação, todavia, não é possível para todos. Instaura-se, então, uma competição feroz entre grandes grupos econômicos, corporações transnacionais que se consti­tuem, na expressão de Noam Chomsky, no poder de fato do mundo. Um poder que concentra a riqueza, a ciência e a tecnologia de ponta de uma forma avassaladora e sem precedentes. Martin & Schumann sintetizam esta tendência com a idéia metafórica de “sociedade 20 por 80” (1999, p.7) para designar que apenas uma parcela mínima de 20% da humanidade efetivamente usufrui da riqueza produzida no mundo. Os demais 80%, que são os que dominantemente a produzem, apropriam-se de forma marginal ou são literalmente excluídos.

No plano supra-estrutural e ideológico produz-se um verdadeiro arsenal de noções que constituem, para Bourdieu & Wacquant (2002), uma espécie de uma “nova língua” com a função de afirmar um tempo de pensamento único, de solução única para a crise e, conseqüentemente, irreversível. Destacam-se as noções de globalização, Estado mínimo, reengenharia, reestruturação produtiva, sociedade pós-industrial, socie­dade pós-classista, sociedade do conhecimento, qualidade total, empre­gabilidade etc., cuja função é a de justificar a necessidade de reformas profundas no aparelho do Estado e nas relações capital/trabalho.

Essas reformas vêm demarcadas por um sentido inverso às experiências do socialismo real e das políticas do Estado de bem-estar social do após a Segunda Guerra Mundial, lidas pelos intelectuais orgânicos do sistema capital como responsáveis por um desvio dos mecanismos naturais do mercado e, portanto, pela crise. Trata-se, então, de retomar os mecanismos de mercado aceitando e tendo como base a tese de Hayek (1987) de que as políticas sociais conduzem à escravidão e a liberdade do mercado à prosperidade. O documento produzido pelos representantes dos países do capitalismo central, conhecido como Consenso de Washington, balizou a doutrina do neoliberalismo ou neoconservadorismo que viria a orientar as reformas sociais nos anos de 1990. É neste cenário que emerge a noção de globalização carregada, ideologicamente, por um sentido positivo.

.Ao contrário da perspectiva internacionalista do ideário socialista, de uma igualdade substantiva perante o acesso aos bens econômicos, culturais e simbólicos, a noção de globalização traz uma inversão daquilo que se concretiza na realidade, total liberdade para o que Chesnais (1996) denomina de “mundialização do Capital”. Uma realidade que Mészáros (2002) define como o fim da capacidade civilizatória do capital, para designar o que agora, para manter as taxas históricas de exploração,o capital tem que destruir um a um, os direitos conquistados no contexto das políticas do Estado de bem-estar social.

Os protagonistas destas reformas seriam os organismos internacio­nais e regionais vinculados aos mecanismos de mercado e representantes encarregados, em última instância, de garantir a rentabilidade do sistema capital, das grandes corporações, das empresas transnacionais e das nações poderosas onde aquelas têm suas bases e matrizes. Nesta compreensão, os organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (BIRD), o Banco Interamericano de Desenvolvi­mento (BID) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), passam a ter o papel de tutoriar as reformas dos Estados nacionais, mormente dos países do capitalismo periférico e semiperiférico (Arrighi, 1998). No plano jurídico-econômico, a Organização Mundial do Comércio (OMC) vai tecendo uma legislação cujo poder transcende o domínio das megacorporações e empresas transnacionais. É interessante ter presente o papel da OMC, pois em 2000, numa de suas últimas reuniões, sinalizou para o capital que um dos espaços mais fecundos para negócios rentáveis era o campo educacional.

Em nível regional, vários organismos são criados como uma espécie de ramificações ou base de apoio para os organismos interna­cionais. Em termos de América Latina, podemos destacar, no plano econômico, a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) e, no plano educacional, como veremos a seguir, a Oficina Regional para a Educação na América Latina e no Caribe (OREALC). Num plano mais geral situa-se o Acordo de Livre Comércio das Amé­ricas (ALCA), cujo escopo se situa dentro da doutrina da Organização Mundial do Comércio.

Um dos efeitos devastadores do pensamento único, sem dúvida, manifesta-se no abandono do pensamento crítico vinculado a projetos societários firmados na perspectiva da autonomia e, ao mesmo tempo, num relacionamento soberano entre povos, culturas e nações. Reafir­mam-se, pela via do pragmatismo, das visões positivistas e neopositi­visas, e neo-racionalistas e do pós-modernismo, uma visão fragmentária da realidade e uma afirmação patológica da competição e do indivi­dualismo. A crise do pensamento comprometido com mudanças pro-fundas na atual (des)ordem mundial é, também, a crise do pensamento utópico e da acuidade da teoria social.

Apoiando-nos no esforço de análises de pesquisadores e intelectuais que não declinaram do pensamento utópico e, portanto, do esforço de produção de um pensamento crítico a todas as formas de colonialismo, discutiremos, neste texto, a educação básica no Brasil, nos anos de 1990, à luz do movimento mais amplo internacional que, com o apoio de assessorias, documentos formadores de opinião e de recursos, foi se impondo às políticas públicas de educação com a participação ativa, anuência e colaboração das autoridades locais.

No primeiro momento, refletimos sobre o sentido da educação básica à luz das questões mais gerais postas à educação por um mundo em transformação. A seguir, analisamos o projeto do Governo Cardoso para a sociedade brasileira e as políticas educacionais com relação à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e ao Conselho Nacional de Educação, ao Plano Nacional de Educação, ao ensino fundamental e aos Parâmetros Curriculares Nacionais e à reforma do ensino médio e técnico. Os temas do financiamento e da avaliação serão abordados em seu sentido político amplo ao discutirmos a prioridade do Governo Cardoso, o ensino fundamental.


1. Educação básica para um mundo em transformação

Após o vendaval da queda do muro de Berlim e da idéia do “fim da história” e das ideologias, no caso do Brasil, mas não apenas aqui, explicitou-se um projeto de sociedade que ia na contramão do “pensa­mento único”. Em termos mundiais, especialmente na Europa, houve o retorno das idéias social-democratas ou de um socialismo “cor-de-rosa”

.Do ponto de vista da educação, ocorre uma disputa entre o ajuste dos sistemas educacionais às demandas da nova ordem do capital e as demandas por uma efetiva democratização do acesso ao conhecimento em todos os seus níveis. Os anos de 1990 registram a presença dos organismos internacionais que entram em cena em termos organizacionais e pedagógicos, marcados por grandes eventos, assessorias técnicas e farta produção documental.

O primeiro desses eventos é a “Conferência Mundial sobre Educação para Todos” realizada em Jomtien, Tailândia, de 5 a 9 de março de 1990, que inaugurou um grande projeto de educação em nível mundial, para a década que se iniciava, financiada pelas agências UNESCO, UNICEF, PNUD e Banco Mundial. A Conferência de Jomtien apresentou uma “visão para o decênio de 1990” e tinha como principal eixo a idéia da “satisfação das necessidades básicas de aprendizagem”:

Cada pessoa – criança, jovem ou adulto – deverá estar em condições de aproveitar as oportunidades educacionais oferecidas para satisfazer suas ne­cessidades básicas de aprendizagem. Estas necessidades abarcam tanto as ferramentas essenciais para a aprendizagem (como a leitura e a escrita, a ex­pressão oral, o cálculo, a solução de problemas) como os conteúdos básicos da aprendizagem (conhecimentos teóricos e práticos, valores e atitudes) ne­cessários para que os seres humanos possam sobreviver, desenvolver plena­mente suas capacidades, viver e trabalhar com dignidade, participar plena­mente do desenvolvimento, melhorar a qualidade de sua vida, tomar de­cisões fundamentais e continuar aprendendo. A amplitude das necessida­des básicas de aprendizagem varia de país a país em sua cultura e muda inevitavelmente com o transcurso do tempo. (WCEA, 1990, p. 157)

Além de representantes de 155 governos que subscreveram a Declaração de Jomtien, ali aprovada, comprometendo-se a assegurar uma “educação básica de qualidade” a crianças, jovens e adultos, dela participaram agências internacionais, organizações não-governamentais, associações profissionais e destacadas personalidades na área da educação em nível mundial. O Brasil, como um signatário entre aqueles com a maior taxa de analfabetismo do mundo, foi instado a desenvolver ações para impulsionar as políticas educacionais ao longo da década, não apenas na escola, mas também na família, na comunidade, nos meios de comunicação, com o monitoramento de um fórum consultivo coordenado pela UNESCO (Shiroma et al., 2002, p. 57-58). 2

Nesse momento, no Brasil, iniciava-se o governo de Fernando Collor de Melo, que durou pouco mais de um ano, alvo de denúncias que o incriminaram e lhe valeram um processo de impeachment como presidente da República. Mas as bases lançadas pela Conferência inspiraram o Plano Decenal da Educação para Todos, em 1993, já no Governo Itamar Franco. Ao lado do breve sucesso de Collor, naufragara o primeiro projeto popular da esquerda depois da ditadura, a derrota do candidato do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio “Lula” da Silva. A nova correlação de forças alterará, como veremos adiante, o rumo da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), alimentada pela Constituinte de 1988 e por um amplo movimento da sociedade civil nos anos subseqüentes.

De outra parte, o movimento internacional, que veio alavancar as reformas no Governo Fernando Henrique Cardoso, continuou a ganhar expressão por intermédio de outras agências e de outros documentos sobre a educação. Ainda em 1990, a CEPAL publicou Trans­formación productiva con equidad, que enfatizava a urgência da implemen­tação de mudanças educacionais em termos de conhecimentos e habilida­des específicas, demandadas pela reestruturação produtiva. Em 1992, a CEPAL volta a publicar outro documento sobre o tema, Educación y conocimiento: eje de la ttransformación productiva con equidad, vinculan­do educação, conhecimento e desenvolvimento nos países da América Latina e do Caribe. A urgência era de uma ampla reforma dos sistemas educacionais para a capacitação profissional e o aproveitamento da produ­ção científico-tecnológica ou, em outros termos, dos objetivos “cidadania e competividade”, critérios inspiradores de políticas de “eqüidade e eficiência” e diretrizes de reforma educacional de “integração nacional e descentralização” (op. cit., p. 62-63).

A UNESCO e o Banco Mundial completam o quadro principal dos impulsionadores externos das reformas. Entre 1993 e 1996, a Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, convocada pela UNESCO, composta de especialistas e coordenada pelo francês Jacques Delors, produziu o Relatório Delors, no qual se fez um diagnóstico do “contexto planetário de interdependência e globalização”. Evidenciam-se o desemprego e a exclusão social, mesmo em países ricos. O Relatório faz recomendações de conciliação, consenso, cooperação, solidariedade para enfrentar as tensões da mundialização, a perda das referências e de raízes, as demandas de conhecimento científico-tecnológico, principalmente das tecnologias de informação. A educação seria o instrumento fundamental para desenvolver nos indivíduos a capacidade de responder a esses desafios, particularmente a educação média. Sugere ainda a educação continuada e a certificação dos conhecimentos adquiridos (idem, p. 65-68).

Como co-patrocinador da Conferência de Jomtien, o Banco Mundial adotou as conclusões da Conferência, elaborando diretrizes políticas para as décadas subseqüentes a 1990 e publicando o documento Prioridades y estratégias para la educación, em 1995. Reitera os objetivos de eliminar o analfabetismo, aumentar a eficácia do ensino, melhorar o atendimento escolar e recomenda “a reforma do financiamento e da administração da educação, começando pela redefinição da função do governo e pela busca de novas fontes de recursos”, o estreitamento de laços da educação profissional com o setor produtivo e entre os setores público e privado na oferta de educação, a atenção aos resultados, a avaliação da aprendizagem, a descentralização da administração das políticas sociais. Retoma, também, a teoria do capital humano por meio da inversão em capital humano e atenção à relação custo/benefício. A educação básica deveria ajudar a “reduzir a pobreza aumentando a produtividade do trabalho dos pobres, reduzindo a fertilidade, melhorando a saúde” e gerando atitudes de participação na economia e na sociedade (idem, p. 72-75).

Nesse contexto, na nova LDB que é aprovada no Governo Cardoso, a educação básica tem “por finalidades desenvolver o educando, asse­gurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidada­nia, e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos poste­riores” (Lei nº 9.394/96, art. 22) e organiza-se nos níveis fundamentais e médio (art. 24).

A segunda finalidade, expressa no art. 22 da Lei, fornecer ao educando “meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”, apresenta-se como uma instância complementar à cidadania no sentido de realizar, pela educação, algumas das condições básicas para o exercício consciente da cidadania política. Neste sentido, a educação básica da escola brasileira depara-se com problemas que incorporam e ultrapassam o âmbito nacional e o escolar porque dizem respeito à história e à cultura do país e à reprodução econômica em todo o planeta, apesar de suas particularidades locais. Enfocaremos apenas os seguintes aspectos: a questão histórica da cidadania no Brasil, o domínio da cultura visual e a necessidade da educação tecnológica ou politécnica.

Historicamente, entendemos o problema da cidadania, no Brasil, como uma questão mal resolvida. A questão da cidadania é, original­mente, uma questão alheia à constituição da sociedade brasileira pós-colonial, situação que teria se prolongado sob o fenômeno da exclusão dos “cidadãos” brasileiros de diversas instâncias da vida social. A questão que lhe está subjacente é sobre quem pertence à comunidade política e, por extensão, quem são os cidadãos e quais são os seus direitos de brasileiros.3

A história do nascimento da Nação brasileira após a ruptura com o império colonial (Santos, 1978, p. 78-80), nos anos de 1822 a 1841, foi crucial para a definição do tipo de sociedade que seria o Brasil. Para os liberais que conspiraram contra o regime colonial, o poder im­perial deveria ser diminuído e a “sociedade brasileira” deveria gover­nar o país. O que significava responder de onde emanava a fonte do poder político legítimo, se este deveria repousar sobre o centro de poder ou se o poder deveria ser delegado mediante mecanismos de representação política e social, quem estava qualificado para estas funções, quem pertencia à comunidade política como cidadão político pleno, para que serviam o governo e o Estado.

Não obstante o conhecimento do pensamento liberal (Locke, Montesquieu e a versão americana), o que prevaleceu se afastou do pacto liberal. O pacto constitucional apoiado pela elite brasileira estabeleceu que o poder imperial antecedia a criação da sociedade. O imperador era o Poder Moderador e todos os poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo) e todos os ministros respondiam perante ele e não perante a comunidade política.

A questão sobre quem pertencia à comunidade política recebeu “nuances democráticas”. A primeira interpretação excluía da comunidade política somente os criminosos, os estrangeiros e os religiosos. Mas, como o pacto político deveria expressar as igualdades e desigualdades existentes na sociedade que, no pensamento da época, eram naturais, definiu-se que os homens de posses eram os responsáveis pela riqueza do país e constituíam a comunidade política. O que se traduziu pelo critério censitário, de renda para distribuição dos direitos de voto. Posterior­mente, com o voto obrigatório universal, ampliaram-se os direitos de votar e ser votado, sem que as condições adequadas de vida, trabalho e educação tivessem se estendido, efetivamente, para toda a sociedade.

Mas a democracia, a cidadania, assim como os processos de incorporação de toda a população à sociedade produtiva, não se exercem em abstrato. Assistimos ao avultar dos problemas derivados do modelo político perverso das origens do país, agravados pelos desafios do desenvolvimento científico-tecnológico, das imposições do mercado e de seus desdobramentos no nível da cultura.

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sábado, 6 de novembro de 2010

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA DE CAMPOS


A PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S.A
Convida para a Reunião de Esclarecimento do Diagnóstico Participativo do PEA-BC.
Dia 10 de Novembro, quarta feira das 9hs às 12:30 hs no Vilarejo Praia Hotel – Rod. Amaral Peixoto, 1700 Rio das Ostras


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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

ELEITOR(A) INDECISO(A): VOCÊ PODE SER DECISIVO(A).QUAL O CAMINHO A SER SEGUIDO?


As eleições gerais tomam conta do noticiário. Todos os diais, jornais, rádios e televisões tratam da matéria .

Um aspecto importante, diz respeito às pesquisas de opinião, apontando as tendências do eleitorado. Um dado que importa aos analistas é o relativo ao eleitorado chamado de “indeciso”.

São os eleitores que não tem opinião formada sobre em quem vão votar. Daí porque os indecisos serem importantes para os candidatos e seus “marqueteiros”. E fica a questão: como “conquistar” essa fatia do eleitorado. Ou , do ponto de vista do eleitor , como sair da indecisão?

De início, precisamos identificar os motivos pelos quais existem tantos indecisos.

Boa parte da população está “escaldada ” com os políticos , pois estes costumam prometer e não cumprir. Conseqüentemente não repetir os erros .

Outro motivo é a corrupção – que sempre existiu – mas que em períodos de “liberdades democráticas” aparece com mais facilidade. Aparece tanto, que algumas são “plantadas”.

Por último, mas não menos importante , temos uma razão cultural que envolve boa parte da população e até mesmo boa parte dos próprios políticos. Trata-se da falta de formação política. Política e não politicagem .

Tudo isso piorado com uma campanha subliminar de desvalorização de tudo que é político, de tudo que é relativo à dignidade da política.

No entanto, é desse estranhamento que o momento atual precisa...

Afinal, precisamos de mais mudanças que caminhem para o melhor para o país e conseqüentemente para o povo. Como reafirma o sociólogo Emir Sader precisamos colocar como agenda central o fato de que o Brasil se tornou menos injusto, menos desigual com o atual governo Lula e que é o caminho central a seguir.

Diante do risco de o Brasil andar para trás, não podemos descansar ou ficar inertes. Depois de ter conseguido promover crescimento econômico com distribuição de renda, incorporado à classe média mais de 31 milhões de pessoas, retirado da linha da pobreza mais de 24 milhões de brasileiros, gerado mais de 14 milhões de empregos com carteira assinada, criado 14 universidades federais, 214 escolas técnicas federais, aberto 700 mil novas vagas para bolsistas nas universidades privadas graças ao PROUNI, conquistado para o Brasil um espaço inédito no cenário internacional, a mudança que o Governo Lula começou no Brasil não pode parar. E para evitar a estagnação ou o retrocesso, só há um jeito: é garantir, no dia 31 próximo, a eleição de Dilma Rousseff.

Ficamos por aqui . Embora outros tantos motivos possam ser apresentados. Agora , é momento de reflexão, enquanto 31 de outubro não chega...
Especialmente, para você eleitor(a) ainda indeciso(a).

Você pode ser decisivo!


Profª Guilhermina Rocha

Especialista em Educação,Historiadora e diretora do Sinpro


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terça-feira, 26 de outubro de 2010

QUAL É O PAPEL DA ESCOLA? O QUE É EDUCAR?

Seria a escola, uma ferramenta para reforçar as mazelas da sociedade ou deveria ser questionadora e discutir os porquês, para não cair no perigo da reprodução dos vícios sociais?

Esta é uma questão que devemos pensar, pois o que se vê, ao longo da história, é a repetição de erros, onde a escola sempre está a serviço do governo e da sociede, se tornando uma instituição pouco inovadora e nada questionadora.

Uma questão atual porém, não OFICIAL, é a questão da RELAÇÃO DO HOMEM COM OS ANIMAIS E COM A NATUREZA.

Este assunto deveria estar sendo amplamente debatido nas escolas, e no entanto, por falta de informação de todo o corpo docente, nem ao menos é citado.

Hoje, é muito comum se falar em meio ambiente, educação ambiental, sustentabilidade e blá, blá, bla.. Professores estão sempre fazendo projetos de meio ambiente para trabalharem com seus alunos, mas poucos sabem realmente, o que é trabalhar meio ambiente.

A nossa relação com o meio ambiente é, ao longo da história da humanidade, uma relação predatória, violenta e de pouco ou nenhum respeito com nossos semelhantes, os animais.

Trabalhar meio ambiente vai muito além de plantar uma hortinha, se preocupar com o consumo da água e fazer reciclagem do lixo.

Trabalhar meio ambiente é se colocar como parte de um ecossistema, onde toda relação com o meio, tem de ser harmônica, respeitando até o menor dos seres existentes nesse meio.

A violência nas escolas, uma realidade que infelizmente estamos sendo obrigadas a enfrentar sem saber direito o que fazer, passa por uma educação ambiental, onde esta relação do homem com a natureza e com os animais tem que ser colocada em pauta e até inserida no currículo escolar.

Temos um exemplo na Africa do Sul, de um líder comunitário que fez um trabalho maravilhoso com adolescentes da periferia, presos e marginalizados.

O trabalho consistiu em ensinar a esses adolescentes, a cuidar de animais também abandonados e maltratados. Esses adolescentes aprenderam a verdadeira relação que devemos ter com o outro e com a natureza.

Com o advento da internete, as coisas estão mudando. Mesmo a China, onde é culturalmente aceito e comum, o abate de cachorros para consumo humano, está mudando seus conceitos e repensando suas ações e relações com o meio ambiente, graças aos ativistas dos direitos animais daquele país.

No Brasil as coisas também estão mudando, apesar de ainda estarmos bem atrasados em relação à Europa, Estados Unidos e principalmente ao Canadá, lugar onde as ações pró-meio ambiente estão bastante evoluídas.

Recentemente, foi aprovada uma lei que proíbe animais em circos em Belo Horizonte. Esta lei já existe em algumas cidades brasileiras, como por exemplo, Juiz de Fora, Porto Alegre e outras.

Temos muito ainda que fazer e estamos fazendo, mesmo que quase imperceptivelmente.

Numa escola infantil da prefeitura de BH, surgiu uma polêmica recentemente:
A "Pescaria" da festa junina desta escola será com peixes de verdade.
A pergunta é a seguinte: Qual o objetivo pedagógico para se fazer uma atividade dessas? Na realidade, as professoras querem agradar as crianças. No entanto, não se pode agradar uma criança dando-a de presente um cachorrinho, um pintinho ou mesmo um peixinho.

Ao contrário, deve-se ter em mente e ensinar a elas que ANIMAIS NÃO SÃO BRINQUEDOS. Eles devem ser mantidos em seu habitat natural, no caso o peixe e se for um animalzinho doméstico qualquer, tem que ensinar para as crianças que esse animalzinho precisa de cuidados, assim como um bebê.

Muitos pais, por ignorância, dão a seus filhos um cachorrinho, comprado num petshop se esquecendo que esse animal irá crescer e ocupar um enorme espaço em seu apartamento; irá fazer cocô e xixi pela casa se não lhe ensinarem o lugar certo; quando a familia sair em viagem, necessitará ser cuidado por outra pessoa, enfim, com o passar do tempo, a família chega à conclusão que não quer mais esse "presentinho" do filho. Aí, simplesmente jogam esse animal na rua. Esta é a realidade de muitos cães que encontramos perambulando pelas ruas, famintos e maltratados.

Esses animais irão adoecer, engravidar (no caso as fêmeas) aumentando assim, a população de animais nas ruas e a proliferação de doenças.

Isto é um problema ambiental gravíssimo e que o poder público não resolve. A missão de ajudar esses animais recai nas costas de protetores autônomos que se sensibilisam com o sofrimento desses animais e acabam assumindo uma responsabilidade que nem é deles.

Esse é um tema para ser debatido e trabalhado nas escolas.

Seria um trabalho riquíssimo e que os alunos teriam uma educação humanitária que talvez não tenham em suas famílias. Eles com certeza se tornariam seres humanos melhores, pois estariam aprendendo a cuidar de seu semelhante e com isto, aprendendo a cuidar de si mesmo.


FONTE: EDUCAÇÃO EM FOCO


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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

PELA VALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

Vivenciamos lutas, esperanças, desacertos, dores, conquistas, construções coletivas, propostas, dificuldades, desilusões, afetos e muito carinho! Tivemos sempre o objetivo de melhorar a vida. Melhorar a vida de nossa população e a vida principalmente de nossas crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Lutamos incansavelmente pela emancipação dos sujeitos!

Mais um dia do Professor se comemora – 15 de outubro - e com ele renovamos nossas expectativas reafirmando nossa intenção de trabalho, numa ação conjunta e múltipla, possibilitadora de diálogos e trocas. Através dos professores, funcionários, alunos e pais.

Compreendemos que a escola por sua vez, é um bem público, político e cultural, que deve dar voz às culturas e saberes silenciados. A escola é um espaço de poder, portanto, o poder dominante pode ser desocultado, ele nunca é total. Nela é possível construir coletivamente formas de existência, de práticas políticas e pedagógicas fundadas na horizontalidade, na autonomia, na participação e na democracia.

Destacamos a formação que deve ser pensada como processo inicial e continuado e definida como direito dos profissionais da educação e dever do Estado, garantindo as condições para esse processo formativo, principalmente, dentro de sua carga horária de trabalho conforme prevê a LDBEN.

Infelizmente, as políticas educacionais pouco avançaram no sentido da construção da educação classista, pública, inclusiva, gratuita, democrática e de qualidade social.

Consideramos que as produções teóricas contribuíram para nossas reflexões e ações. Nessa perspectiva foi, e continua sendo, levar aos sujeitos de nosso tempo as experiências e as reflexões teóricas que contribuíram a luta da humanidade, principalmente em nossa especificidade educacional.

Neste sentido, estar aberto ao debate, ao refazer, a repensar nossas práticas e nossas produções.

Sendo uma educadora progressista, minha posição é a favor da Escola que contribui para a formação humana num movimento permanente de re-reflexão sobre si mesma.

Por fim, insistimos numa afirmação - os desafios são muitos e nada melhor para se superar as dificuldades do que partir do discurso para a prática. Entendemos que este deve ser um compromisso de todos e todas.

Devemos lutar por um modelo de desenvolvimento que seja socialmente justo, com valores éticos e respeito à soberania dos povos.

Concluo re-afirmando que a mais perversa armadilha da alienação é acreditar que o mundo “sempre foi assim” e, portanto, “sempre será”.


Professora Guilhermina Rocha

Especialista em Educação, Historiadora e diretora do Sinpro


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terça-feira, 12 de outubro de 2010

PROFESSOR: PROFISSIONAL DA CULTURA?


Inicio este texto a partir de uma lembrança, quando em um seminário organizado pelas Regionais 2 e 4 do SEPE/RJ, há muitos anos , o debatedor convidado – Luís Basílio, na época, professor da UERJ – definiu o professor como “profissional da cultura”.

Na época, pareceu-me um pouco estranha esta tese, mas que a prática cotidiana do próprio trabalho em escolas secundárias com o tempo me veio a confirmar.

Quando ainda trabalhava em escolas técnicas estaduais, percebi a necessidade de uma abordagem mais ampla e contextualizada da “minha” matéria, no caso, a Eletricidade. O que me levou – já formado em Engenharia – à graduação e à pós-graduação em áreas como Filosofia e Educação.

O problema nos remete à questão de se buscar um novo paradigma para a educação e sua instituição mais tradicional – a escola. E, conforme a tese acima aludida, apontar e apostar na participação da Cultura na formulação das políticas educacionais em nosso país.

Não se trata aqui de se reforçar o currículo com mais disciplinas ou atualizar professores com novos conteúdos ou tecnologias educacionais – ainda que bem-vindas.

Trata-se de formar os professores com ênfase nos aspectos culturais, para além de suas disciplinas – necessárias, mas insuficientes – para trabalhar os desafios colocados pela contemporaneidade brasileira e mundial.

É necessário também reformular os tão apregoados laboratórios de currículos, além de capacitar os tão em voga “gestores” para além de suas competências técnico-científicas.

A própria Universidade – lembrada por alguns como autêntica “torre de marfim”, fechada em si mesma – deve ser repensada. Um certo autoritarismo e conservadorismo ainda rondam os vetustos salões acadêmicos, apesar das recentes mudanças alvissareiras.

Adianto, porém, que não resolve somente melhorar as estruturas sem dar atenção também aos profissionais, com melhor remuneração e melhores condições de trabalho e saúde.

Não seria o caso de se voltar ao antigo MEC (Ministério da Educação e Cultura), que abarcava ambas as áreas, mas de se buscar maior integração e sinergia entre os diversos setores e dimensões da ação pública com vista à construção de um Sistema Nacional de Educação.

Este é, pois, mais um desafio para os nossos governantes que estão saindo das urnas neste mês de outubro em curso.

Contribuição de Rosaldo Bezerra Peixoto

Professor e Conselheiro Fiscal do Sinpro Macaé e Região


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A SOCIEDADE MUNDIAL DA CEGUEIRA


O poeta Affonso Romano de Sant'Ana e o prêmio Nobel de literatura, o portugues José Saramago, fizeram da cegueira tema para críticas severas à sociedade atual, assentada sobre uma visão reducionista da realidade. Mostraram que há muitos presumidos videntes que são cegos e poucos cegos que são videntes.

Hoje propala-se pomposamente que vivemos sob a sociedade do conhecimento, uma espécie de nova era das luzes. Efetivamente assim é. Conhecemos cada vez mais sobre cada vez menos. O conhecimento especializado colonizou todas as áreas do saber. O saber de um ano é maior que todo saber acumulado dos últimos 40 mil anos. Se por um lado isso traz inegáveis benefícios, por outro, nos faz ignorantes sobre tantas dimensões, colocando-nos escamas sobre os olhos e assim impedindo-nos de ver a totalidade.

O que está em jogo hoje é a totalidade do destino humano e o futuro da biosfera. Objetivamente estamos pavimentando uma estrada que nos poderá conduzir ao abismo. Por que este fato brutal não está sendo visto pela maioria dos especialistas nem dos chefes de Estado nem da grande mídia que pretende projetar os cenários possíveis do futuro? Simplesmente porque, majoritariamente, se encontram enclausurados em seus saberes específicos nos quais são muito competentes mas que, por isso mesmo, se fazem cegos para os gritantes problemas globais.

Quais dos grandes centros de análise mundial dos anos 60 previram a mudança climática dos anos 90? Que analistas econômicos com prêmio Nobel, anteviram a crise econômico-financeira que devastou os países centrais em 2008? Todos eram eminentes especialistas no seu campo limitado, mas idiotizados nas questões fundamentais. Geralmente é assim: só vemos o que entendemos. Como os especialistas entendem apenas a mínima parte que estudam, acabam vendo apenas esta mínima parte, ficando cegos para o todo. Mudar este tipo de saber cartesiano desmontaria hábitos científicos consagrados e toda uma visão de mundo.

É ilusória a independência dos territórios da física, da química, da biologia, da mecânica quântica e de outros. Todos os territórios e seus saberes são interdependentes, uma função do todo. Desta percepção nasceu a ciência do sistema Terra. Dela se derivou a teoria Gaia que não é tema da New Age mas resultado de minuciosa observação científica. Ela oferece a base para políticas globais de controle do aquecimento da Terra que, para sobreviver, tende a reduzir a biosfera e até o número dos organismos vivos, não excluidos os seres humanos.

Emblemática foi a COP-15 sobre as mudanças climáticas em Copenhague. Como a maioria na nossa cultura é refém do vezo da atomização dos saberes, o que predominou nos discursos dos chefes de Estado eram interesses parciais: taxas de carbono, níveis de aquecimento, cotas de investimento e outros dados parciais. A questão central era outra: que destino queremos para a totalidade que é a nossa Casa Comum? Que podemos fazer coletivamente para garantir as condições necessárias para Gaia continuar habitável por nós e por outros seres vivos?

Esses são problemas globais que transcendem nosso paradigma de conhecimento especializado. A vida não cabe numa fórmula, nem o cuidado numa equação de cálculo. Para captar esse todo precisa-se de uma leitura sistêmica junto com a razão cordial e compassiva, pois é esta razão que nos move à ação.

Temos que desenvolver urgentemente a capacidade de somar, de interagir, de religar, de repensar, de refazer o que foi desfeito e de inovar. Esse desafio se dirige a todos os especialistas para que se convençam de que a parte sem o todo não é parte. Da articulação de todos estes cacos de saber, redesenharemos o painel global da realidade a ser comprendida, amada e cuidada. Essa totalidade é o conteúdo principal da consciência planetária, esta sim, a era da luz maior que nos liberta da cegueira que nos aflige.


Leonardo Boff á autor de A nova era: a consciência planetária, Record (2007)
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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

FETEERJ REALIZOU SEU 5º CONSIND


“Para a Feteerj, desenvolvimento compreende o processo histórico de evolução técnica e tecnológica, bem como de produção e reprodução das condições de vida do planeta. Portanto, entendemos como essencial e imperioso um profundo debate sobre as bases para um novo paradigma de desenvolvimento que seja ambientalmente sustentável, socialmente equitativo e geopoliticamente equilibrado”(texto de resolução do 5º Consind).

Nos dias 27 e 28 de agosto passado, realizou-se no auditório do Sinpro-Rio, na cidade do Rio de Janeiro, o 5º Consind da Feteerj com a participação de representantes de todos os sindicatos filiados.

O Sinpro Macaé e Região participou com cinco delegados: Guilhermina Rocha, Cesar Gomes, Sandra Regina, Rosaldo Peixoto e Jean Cerqueira.

A Feteerj entende que o debate sobre conjuntura política em geral, e sobre educação em particular só pode ser gerido se associado ao papel que cumpre os meios de comunicação na nossa sociedade.

Para debater este tema foram convidados o jornalista Altamiro Borges, do Centro de Mídia Barão de Itararé, e o escritor Vito Giannotti, do Núcleo Piratininga de Comunicação.

O debate incluiu também a realidade nacional e internacional, as eleições gerais de 2010 no país e a questão educacional, principalmente a educação superior.

Concluídas as discussões, a Feteerj e os Sinpro associados estarão no próximo período mais sintonizados e organizados para fazer frente aos deságios que estão postos para todas (os) as(os) cidadãs(aos) e particularmente, às(aos) professoras(ES).

Todos (as) à luta!

Diretoria do Sinpro Macaé e região.


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terça-feira, 21 de setembro de 2010

1º SEMINÁRIO ESTADUAL DE DIVERSIDADE EDUCACIONAL


Rita de Cássia Rodrigues da Silva

Coordenadora de Diversidade Educacional
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

POR UMA CANDIDATURA DEMOCRÁTICA E POPULAR:ALGUMAS DIRETRIZES PROGRAMÁTICAS




Nas próximas eleições de 3 de outubro, um bom critério para escolha de um(a) candidato(a) será, além de sua trajetória de “ficha limpa”, o programa que vier apresentar e defender.

Para isso, nós eleitores devemos ter um mente algumas diretrizes programáticas para nos nortear nesta escolha.

Um(a) candidato(a) deve afirmar a ética e a transparência como marcas de seu mandato e de sua gestão pública. Afirmar e praticar.

Deve promover a participação da sociedade civil organizada na formulação e no controle social das políticas públicas como, por exemplo, o Orçamento Participativo.

Um(a) candidato(a) deve ter no respeito aos Direitos Humanos o eixo central da democratização das relações sociais e universalização dos direitos. Deve combater as desigualdades sociais e regionais, em especial, no que respeita às desigualdades étnico-raciais, de gênero, de orientação sexual, geracionais e relativas às pessoas com necessidades especiais e deficiência.

Deve também combater a violência e promover a cultura de paz, não dissociando segurança pública e promoção da cidadania. Deve ainda afirmar o bem-estar da população e renegar toda prática que gere barbárie.

Um(a) candidato(a) deve defender a erradicação da fome e da pobreza, com implementação de políticas de geração de trabalho, emprego e renda, além de fomento à economia solidária.

Deve também defender o investimento estratégico na preservação do meio-ambiente, como política pública e valor coletivo, reconhecendo o desenvolvimento sustentável e aprofundando ações de saneamento e de utilização dos recursos hídricos.

Um(a) candidato(a) deve afirmar o investimento prioritário em políticas sociais, com a ênfase nas áreas de educação, saúde, assistência social, cultura, esporte e lazer.

Deve apoiar o investimento no desenvolvimento científico e tecnológico e a universalização da inclusão digital com uso de software livre.

Um(a) candidato(a) deve apoiar a realização da reforma agrária com investimentos técnico-financeiros nos assentamentos rurais e política de regularização fundiária.

Deve também ter compromisso com a gestão pública qualificada dos equipamentos públicos e com a valorização do serviço público e de seus profissionais.

Um(a) candidato(a) deve apoiar o aprimoramento da mobilidade urbana e de democratização da ocupação do solo, com ênfase em políticas públicas para melhoria do transporte de massa, moradia e defesa civil.

Deve ainda defender a qualificação da infra-estrutura do Estado, assegurando à população, tanto da capital, quanto do interior, um legado duradouro em decorrência dos investimentos nos grandes eventos desportivos a serem realizados.

Um(a candidato(a) deve, por fim, apoiar o desenvolvimento econômico com distribuição de riqueza, sustentabilidade ambiental e incentivo às vocações econômicas regionais.

Assim, apresentamos de forma sucinta alguns elementos para auxiliar na reflexão com vista a encontrar e escolher um(a) candidato(a), a partir do nosso ponto de vista – democrático e popular.

Contribuição de Rosaldo Bezerra Peixoto
Professor e Conselheiro Fiscal do Sinpro Macaé e Região


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20 ANOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


 
No último dia 18 de agosto, quarta-feira, à noite, ocorreu a Aula Magna inaugural do Curso de Direito do Instituto Superior Mendes de Almeida, que compõe a Rede Nacional de Ensino Superior - CNEC, em Rio das Ostras.

Como palestrantes convidados estavam o Desembargador Siro Darlan e o Professor e Advogado Carlos Nicodemos. O tema versou sobre os 20 anos de aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a avaliação de sua implementação neste período.

Ambos os palestrantes foram presidentes do Conselho Estadual dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes do Rio de Janeiro e tiveram destacada atuação na elaboração e aprovação do ECA. E fizeram amplo elogio ao avanço que representa o Sistema de Garantia de Direitos e a Nova Doutrina de Proteção Integrada. Destacaram ainda a nova concepção representada pelo ECA quanto ao entendimento da criança como sujeito de direitos.

No entanto, fizeram coro quanto à critica no sentido de inexistir estrutura para a correta aplicação do ECA. Como exemplo, informaram não haver orçamento público para as medidas sócio-educativas de responsabilidade do estado. O problema residiria na esfera do executivo e não do judiciário.

Outra critica, também compartilhada, apontou para a responsabilidade no âmbito do legislativo que, segundo eles, careceria de parlamentares com conhecimento, experiência e vontade política para avançar na implementação do ECA.

Por fim, foram uníssonos em destacar a importância da democracia participativa e a atuação da sociedade civil em todo o processo com destaque para os Conselhos Tutelares e os Conselhos de Direitos das Crianças e dos Adolescentes. A mobilização social foi outro elemento lembrado no combate a toda sorte de violência contra o segmento infanto-juvenil, como o trabalho infantil, o abuso sexual e a violência doméstica.

O Sinpro Macaé e Região se fez presente na ocasião através de sua diretoria. Durante as intervenções, a diretora do Sinpro, Profª Guilhermina Rocha, saudou a importância da iniciativa e os palestrantes. E reafirmou a necessidade da participação nesta questão, tão atual, quanto difícil, da prioridade na proteção integral das crianças e adolescentes. Aproveitou a oportunidade para reafirmar a necessária e urgente tarefa de implementar, de fato, o ECA, particularmente em nosso município de Rio das Ostras.


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