A discussão do relatório do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) sobre a reforma da Previdência (PEC 287/16) começa na terça-feira (25), na comissão especial, com o compromisso de não haver obstrução por parte da oposição.
Os
deputados oposicionistas preferiram negociar com o governo mais tempo para
debater o texto, deixando de usar instrumentos como os requerimentos de
adiamento da discussão.
Mas
eles prometem usar todos os outros instrumentos regimentais, como, por exemplo,
a necessidade de presença mínima em plenário nas votações.
Alterações
restritivas - A oposição reconheceu que o texto
do relator trouxe mudanças positivas em relação à proposta original (PEC
287/16), mas ressaltaram também alterações mais restritivas, como a redução do
percentual inicial para o cálculo do valor dos benefícios.
O
deputado Pepe Vargas (PT-RS) disse que, embora todos os que estão no sistema
possam entrar nas regras de transição, após 25 anos de contribuição, o segurado
teria apenas 70% do benefício, contra 76% da proposta original.
Vários
deputados também consideram alto o tempo mínimo de contribuição de 25 anos,
visto que hoje ele é de 15 anos.
Inconsistências
- Já o deputado Ivan Valente (PSOL-SP)
promete voltar à discussão sobre os motivos da reforma. Ele disse que analisou
as informações recebidas do governo e que encontrou algumas inconsistências.
"Nós
temos dados, e análises dos microdados, que mostram o seguinte: a projeção do
número de idosos foi falsa, ela é 7 milhões a menos, pelo menos”, afirmou
Valente.
A
comissão especial tem 37 deputados titulares e igual número de suplentes, que
só votam na ausência dos titulares. Para ser aprovada, o relatório sobre a PEC
287/16 precisa de maioria simples do colegiado, ou seja, metade mais um dos
presentes à votação.
No
plenário - Caso todos esses prazos sejam
cumpridos, a leitura do texto no Plenário da Câmara poderia acontecer no dia 8,
com início das discussões no dia 15 de maio.
As
emendas à Constituição precisam ser votadas duas vezes para serem aprovadas e
cada votação tem que receber pelo menos três quintos do total dos votos do
plenário (513 deputados), ou seja, 308 votos favoráveis, em duas votações. Se
aprovada, vai, em seguida, ao exame do Senado.
Fonte: DIAP
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