Após muita pressão de movimentos sociais e parlamentares ligados à 
educação e 18 meses de tramitação, a Comissão Especial da Câmara aprovou
 por unanimidade a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para
 a educação. Esse montante era o ponto mais polêmico do Plano Nacional 
de Educação (PNE), que inicialmente havia sido aprovado, em acordo com o
 governo, com um índice de investimento da ordem de 8% do PIB para a 
educação. No entanto, nesta quarta-feira, 26, o relator da matéria, 
Ângelo Vanhoni (PT-PR), acatou um destaque do deputado Paulo Rubem 
Santiago (PDT-PE) que aumentava o patamar de 8% para 10% do PIB.
Para
 ser confirmado, o valor, considerado por especialistas fundamental para
 qualificar a mão de obra nacional, ainda depende da aprovação do Senado
 e sanção da presidente Dilma Rousseff.
A decisão foi comemorada 
por movimentos estudantis e por acadêmicos ligados à área. “Garantir 10%
 do PIB para a educação é uma melhora substancial, que reduz o atraso do
 Brasil frente aos países desenvolvidos e emergentes”, afirma o 
professor Nelson Cardoso Amaral, da pós-graduação da Faculdade de 
Educação da Universidadade Federal de Goiás (UFG).
Amaral também é
 autor de um estudo que balizou o Conselho Nacional de Educação (Conae) 
para a necessidade de ao menos 10% do PIB atrelado ao setor educacional.
 Segundo ele, o aumento de 5,1% para 7% do PIB (proposta inicial do 
governo) não significaria um amento da qualidade do ensino no país. 
“Esse aumento de dois pontos percentuais só supriria a expansão 
necessária da educação no Brasil, mas a sua qualidade permaneceria 
estagnada”, diz.
A estagnação citada pelo professor é comprovada 
no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em 
inglês). De acordo com o indicador, o Brasil frequenta o último pelotão 
da corrida por uma educação de qualidade, ocupando o 54º lugar entre 65 
países. O Pisa também avaliou que, embora o país tenha conquistado 33 
pontos na avaliação, entre 2000 e 2009, a maioria dos estudantes 
brasileiros não conseguiu passar nem do primeiro dos seis níveis de 
conhecimento.
A hora é agora
O índice de 
10% do PIB para a educação não poderia ter vindo em melhor hora, segundo
 Amaral. Citando dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística) e do Ministério da Fazenda, o professor da UFG prevê uma 
queda da população em idade escolar nos próximos anos que, combinada com
 o crescimento do país, permitirá um aumento do valor investido por 
aluno.
“Sabemos que 10% do PIB é um valor alto, mas é o que 
consideramos o ideal para diminuir o atraso educacional brasileiro em 
relação aos outros países, sem prejudicar demais o orçamento do 
governo”, pondera. Segundo o professor, países como Estados Unidos, 
Japão e França investem entre 5% e 6% de seu PIB em educação, mas os 
valores reais por aluno são muito superiores aos brasileiros.
O 
próximo passo, para ele, é lutar para que o repasse para a educação 
permaneça em 10% entre 2020 e 2030. “Essa é uma década fundamental 
porque teremos um menor número de crianças e um PIB mais elevado. Depois
 dela, podemos voltar a investir entre 5% e 7% sem perder em qualidade”,
 explica, defendendo que a educação é necessária para o país ter uma mão
 de obra qualificada para sustentar seu crescimento.
Reclamação
Após
 o término da reunião da Comissão Especial da Câmara, o ministro da 
Educação, Aloizio Mercadante, se apressou para dizer que o aumento do 
investimento aprovado pela Comissão Especial será uma “tarefa política 
difícil de ser executada”. De acordo com o MEC, ampliar os investimentos
 para 10% do PIB “equivale, na prática, ao longo da década, a dobrar em 
termos reais os recursos para a educação nos orçamentos das prefeituras,
 dos governos estaduais e do governo federal”.
“Em termos de 
governo federal equivale a colocar um MEC dentro do MEC, ou seja, tirar 
R$ 85 bilhões de outros ministérios para a educação”, disse Mercadante, 
segundo o texto divulgado pelo Ministério.
Apesar das reclamações 
do ministro, o relator do PNE, deputado Ângelo Vanhoni (PT-PR), disse 
que a proposta inicial de 8% “não correspondia às necessidades do país”.
 “A área econômica nunca quer colocar esses recursos, mas é tempo de 
priorizar o processo educacional no país”, defende o professor Nelson 
Amaral. Conforme o texto aprovado nesta terça, 26, a determinação é que 
se amplie os recursos para educação dos atuais 5,1% do PIB para 7%, no 
prazo de cinco anos, até atingir os 10% ao fim de vigência do plano. “É 
uma questão de planejamento e temos dez anos para nos preparar”, diz.
Fonte: Carta capital.
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