“Muito antes da 
castração química, do armamento da população, de penas mais severas para
 os agressores, queremos ser ouvidas”, diz o manifesto A Proteção que Queremos,
 divulgada pelo Comitê Nacional de 
Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, 
Artemis, Childhood Brasil e Think Olga.
A Proteção Que Queremos
Uma vítima de estupro hoje tem muito 
pouca ou quase nenhuma chance de ver seu agressor ser punido pelo o que 
fez. Seja pela vergonha erroneamente direcionada à vítima que a impede 
de fazer uma denúncia ou pela notável inabilidade da polícia e do 
judiciário em lidar com crimes dessa natureza.
As convicções pessoais de agentes 
públicos têm sido a principal barreira enfrentada pelas corajosas 
vítimas que decidem reportar o crime. Quando não capacitados para a 
escuta protegida, investigadores e delegados tomados de preconceitos e 
já descrentes da versão que ouvem, mesmo antes de qualquer averiguação, 
são os primeiros de muitos escudos concedidos aos criminosos por órgãos 
de governo e justiça.
É urgente e necessário que haja um 
protocolo único de âmbito nacional para o atendimento integrado das 
vítimas de crimes sexuais. Protocolo este que considere uma escuta 
qualificada, realizada por profissionais treinados para lidar com esse 
tipo de trauma; tratamento médico e exames de corpo de delito que 
independam das crenças do profissional de saúde sobre o caso; conselho 
tutelar e escola, quando for o caso, que acolham e protejam a criança e 
adolescente nesse momento difícil.
Muito antes da castração química, do 
armamento da população, de penas mais severas para os agressores, 
queremos ser ouvidas. A nós pouco importam mudanças nas punições dos 
nossos algozes. Mais do que tudo é preciso dar ouvidos à nossa história,
 com uma escuta qualificada, pois somente assim eles chegarão a ser 
responsabilizados. 
Mas não com descaso, com machismo, 
desconfiando da veracidade antes de apurar os fatos. Sem que nesse 
momento eu sinta como se precisasse me defender da própria polícia. 
Quero privacidade, seriedade, respeito. Na maioria das vezes, sou apenas
 uma menina e quem violou o meu corpo é um parente que traiu também a 
minha confiança. E a única testemunha sou eu mesma.
Quero contar a minha história uma só 
vez e levar crédito. Se vim até aqui, não quero ser convencida a voltar 
atrás. Não quero reviver essas memórias várias outras vezes, na frente 
de desconhecidos e até do meu agressor. Não quero precisar contar 
detalhes para o médico, para o conselho tutelar e para todo mundo que 
quer vestir o chapéu de investigador e tomar o martelo do juiz.
Queremos a proteção do estado sobre 
as vítimas que encontraram dentro de si a coragem para fazer a denúncia.
 Isso, por si só, já é raro, já é uma vitória. Que não sejam as 
delegacias, os profissionais de saúde, os conselheiros tutelares e 
demais envolvidos no tratamento dessa vítima a extensão do seu pesadelo,
 mas a esperança de um recomeço.
Childhood
Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes
Artemis
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