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domingo, 30 de setembro de 2012

Escolas não estão preparadas para o “ensino do século 21”, diz pesquisador

A maior parte das escolas de todo o mundo parou no tempo e ainda não se adequou aos desafios do século 21. É o que diz a pesquisa de David Albury, especialista da Global Education Leaders’ Program – Gelp. Para ele, enquanto a sociedade se desenvolve e depende cada vez mais de novas tecnologias, as instituições de ensino parecem não saber como acompanhar essas transformações e sofrem para se comunicar com os alunos. Para tal constatação, o pesquisador reuniu 10 países, entre eles o Brasil, e avaliou a implantação de um sistema educacional adequado aos conhecimentos, necessidades e habilidades requeridos para os dias atuais.

Para o estudioso, embora já existam exemplos de escolas adotando novas metodologias de ensino, ainda não é possível apontar um caminho certo a seguir, nem tampouco calcular em quanto tempo o mundo adotará a chamada “educação para o século 21″, capaz de conquistar e atrair os estudantes e de proporcionar, de fato, um ensino de qualidade aplicado à vida adulta. Como exemplo do lapso entre o que o mercado quer dos jovens recém-formados e o que eles aprendem nas escolas, Albury cita alguns dos pré-requisitos que ainda não entraram nas grades curriculares, como a capacidade de trabalhar em equipe, de solucionar problemas, de se comunicar bem, além da criatividade e do empreendedorismo.

A pesquisa reforçou a adoção de um ensino mais personalizado, com um currículo que atenda ao perfil, aos problemas, às necessidades e aos interesses dos alunos. Albury também defendeu o uso das novas tecnologias, mas com cuidado. “A tecnologia, embora fundamental, não é tudo em uma instituição de ensino”, disse. Ao apresentar uma análise dos desafios e obstáculos com os quais os educadores se deparam, o estudioso não culpou os alunos pela falta de interesse nos estudos. “Não são os alunos de hoje que são desengajados. Nós é que não soubemos engajá-los a aprender”, completou.

Para identificar soluções referentes aos inúmeros problemas que a educação, no mundo todo, enfrenta, a equipe de Albury tem percorrido diversos países em busca de instituições de ensino que tenham adotado experiências inovadoras e bem-sucedidas. A ideia é fazer com que essas experiências possam servir de exemplo tanto para países ricos quanto para países em desenvolvimento, implantando aos poucos projetos pilotos desses novos modelos de educação. Entretanto, ainda será preciso percorrer um longo caminho até que se alcance os mecanismos capazes de serem disseminados e implantados em escalas maiores. “Ainda não sabemos como testar, no modelo proposto por nós, o aprendizado dos alunos. E como vamos avaliar e capacitar os professores. O Brasil, por exemplo, levou 300 ou 200 anos para desenvolver o sistema de educação que tem hoje. Então, essa mudança não vai acontecer de uma hora para outra, vai levar anos, talvez décadas”, afirmou.



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