Somos ou não todos brasileiros sob as mesmas leis? Passou a ser
constitucional a reserva de vagas em vestibulares para negros e pardos
após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 26 de abril. Uma
decisão que deve ser lamentada por dois motivos: 1) ela representa um
perigoso ativismo judicial que usurpa poderes legislativos do Congresso;
2) o regime de cotas cria um apartheid em um país miscigenado como o Brasil.
Sobre
o primeiro ponto, é preciso lembrar que a função precípua da Suprema
Corte é a de guardiã da Constituição. Não cabe ao STF alterar a nossa
Carta Magna, e sim verificar se as leis estão de acordo ou não com ela.
Até a última vez que verifiquei, nossa Constituição de 1988 deixava
claro, ao menos no papel, a igualdade perante as leis. Não é preciso
tanta reflexão assim para compreender que, ao privilegiar um aluno por
conta de sua cor de pele, o regime de cotas está claramente ferindo esta
igualdade.
Alguns ministros chegaram a mencionar esta obviedade,
só que elogiando esta usurpação do Poder Legislativo. Celebrar o
ativismo judicial é um enorme risco para a liberdade, para o império das
leis. Hoje, alguns podem aplaudir a mudança imposta pelo seleto grupo
de ministros, rasgando a lei maior da nação. Mas nada garante que amanhã
esses mesmos ministros ou outros não vão ferir novamente a Constituição
em algo que gera desaprovação destas mesmas pessoas. É o convite ao
arbítrio. Para alterar a Constituição, existe o devido processo legal
que passa pelo Congresso, e isso não deve ser ignorado.
Sobre o
segundo ponto, não entra em minha cabeça que a melhor forma de se
combater o racismo é segregar o país em raças. O governo não consegue
oferecer boa educação básica, e tenta então arrombar a porta dos fundos
das universidades com o regime de cotas. Mas nenhum ministro levantou a
principal questão: é legítimo prejudicar o aluno pobre branco para
conceder a vaga ao aluno pobre negro? O índio que foi arrastado pelos
seguranças durante seu protesto ilustra o risco das cotas: quando se
privilegia uma “raça”, outros se sentem preteridos, com razão.
Esta
segregação racial é abjeta, especialmente em um país predominantemente
pardo. O ministro Luiz Fux chegou a declarar: “Viva a nação
afrodescendente”. Eu pensava que vivia na nação de todos os brasileiros,
mas descobri que existe mais de uma nação aqui, e que uma delas é
composta por “afrodescendentes”. Somos ou não todos brasileiros sob as
mesmas leis? A decisão do STF foi por unanimidade. Resta citar Nelson
Rodrigues: “Toda unanimidade é burra”.
Rodrigo Constantino é diretor do Instituto Liberal.
Fonte: Opinião Notícia.
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