domingo, 30 de setembro de 2012

34,5% dos alunos do ensino médio estão acima da idade definida para a etapa


Um dos principais problemas da educação brasileira, hoje, é a gigantesca defasagem entre a idade dos alunos e o nível que estão cursando. Dados do Ministério da Educação – MEC compilados pelo movimento Todos Pela Educação no Anuário Brasileiro da Educação básica 2012 indicam que 34,5% dos estudantes do ensino médio são mais velhos do que deveriam em relação à série em que se encontram.

De acordo com um estudo da Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Econômica – OCDE, há um desperdício de até R$ 14 bilhões por ano com alta taxa de repetência. O número corresponde a cerca de 13% da verba disponível para a educação básica.

Um dos motivos para esse alto índice de defasagem começa já na pré-escola. Com a mudança do currículo, a falta da pré-escola dificulta a aprendizagem nos anos seguintes, principalmente no caso de crianças sem acesso a materiais de apoio como livros. “A escola tem uma cultura própria que começa a ser aprendida na pré-escola, como copiar do quadro, ficar mais tempo sentado, fazer exercícios. 

Também envolve manejar livros, relacionar a letra com o som. Muitas crianças que não passam pela educação infantil têm dificuldade em fazer essa adaptação, o que atrapalha a aprendizagem nos primeiros anos do Fundamental”, afirmou a professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e especialista em educação infantil, Maria Carmen Silveira Barbosa.

O caminho até chegar no ensino médio também passa por outra dificuldade. No 6º ano, quando o aluno deixa de ter apenas uma professora para ter diversas disciplinas com educadores diferentes, há um alto índice de abandono. “Até o 5º ano, quando tem uma professora como referência, o currículo trabalha o lúdico, a criança gosta de ir para a escola. Depois disso, começa a confusão, vários professores com estilos diferentes, que não conversam entre si. Muitos alunos não conseguem acompanhar”, disse a professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul –  PUCRS, Helena Sporleder Côrtes.

A falta de interesse dos jovens no currículo atual do ensino médio é considerado um dos mais novos desafios para a educação brasileira. A crítica mais comum ao atual formato desse ciclo é o excessivo número de disciplinas, que, em algumas escolas, pode chegar a 16. “O ensino médio acaba sendo desmotivante para um aluno que precisa muitas vezes trabalhar para aumentar sua renda e não vê utilidade nas matérias científicas e preparatórias para o exame vestibular”, disse o sociólogo Bruno Morche, pesquisador da UFRGS.

Para diminuir a defasagem no ensino médio, países com bons índices de aprovação costumam monitorar o desempenho dos estudantes e intervir ao primeiro sinal de problema por meio do reforço pedagógico. No Brasil, ações semelhantes costumam depender de iniciativas particulares e esporádicas de escolas. “Não temos condições de infraestrutura ou de recursos humanos para prover esse reforço. O ideal seria termos professores capacitados para esse tipo de serviço, disponíveis no turno inverso”, avaliou Helena.



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