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A decisão do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, em condenar os 23 ativistas das manifestações de 2013, por corrupção de menores e organização criminosa, representa um retrocesso à democracia, além, é claro, de criminalizar a luta dos movimentos sociais. Para quem não se lembra, 2013 foi ano das manifestações que começaram com a pauta do aumento do transporte público e, em seguida, ganhou outras frentes sociais, principalmente, na saúde e educação. Tornou-se uma grande luta por mais igualdade e contra a corrupção em vários setores da sociedade e, sobretudo, pela garantia da democracia. Neste ano, observamos no Rio de Janeiro uma grande adesão dos professores, a maior greve da história, que culminou com a marcha em defesa da educação pública.
Esta sentença não individualizada os casos e mostra a ilegalidade desta ação judicial que mesmo sem provas elenca como crime a corrupção de menores. Além dessa última acusação não estar na denúncia inicial do Ministério Público, o processo legal de oitiva das testemunhas não foi cumprido. Isso limitou a defesa. Tudo isso, indica que essa condenação de judicial não tem nada, e ganha uma conotação política. Isso exige de nós, enquanto movimento social, uma resposta com mais mobilização para o enfrentamento destas práticas. Essa juventude deve ser lembrada por agigantar o movimento social e político e não criminalizada como feita pelo juiz.
Devemos ficar atentos, pois esta tentativa de tornar a resistência um crime começou com Rafael Braga e Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, volta a pauta com estes professores e ativistas sociais. A mobilização é o caminho para a resistência que conhecemos, não temos outro. Por isso, é triste ver o Rio de Janeiro, um Estado que foi saqueado pelos últimos políticos, retroceder tanto. Diante dos últimos fatos, percebemos que a balança das injustiças sociais tendem apenas para o lado de quem busca resistir diante das mazelas deste país.
E não é só esta sentença judicial antidemocrática que nos causa reflexão. Dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), um balanço dos cinco meses da Intervenção Militar, apontaram o aumento de 59,8% nas mortes decorrentes de intervenção policial. O comparativo se refere a junho do ano passado. Em junho do ano passado, foram 97 casos. No mesmo mês deste ano foram 155. Se comparados com maio deste ano o crescimento de 9,2%.
Não bastasse isso, as ações policiais violentas nas favelas predominam. Tiroteios e disparos aumentaram 37%, enquanto as chacinas subiram 80% e as mortes em chacinas (três pessoas mortas ou mais), 128%. Enquanto isso, a apreensão de fuzis, metralhadoras e submetralhadoras caiu 39% de fevereiro a maio de 2018, em relação ao mesmo período em 2017. Tudo isso, colabora por espalhar o medo, morte e pouca efetividade no combate à violência.
Esta dura realidade mostra as consequências as quais os movimentos sociais já tinham apontado. Lutar pela democracia não é crime, matar sim. Defendemos o fim desses processos judiciais de cunho político e incentivo a uma juventude resistente.
DIA DE LEMBRAR A RESISTÊNCIA
Foto: pbvale.com.br |
Não existe dia melhor para falarmos em resistência e estimular esta na juventude. Dia 18 de junho é comemorado os 100 anos de Nelson Mandela. Um homem que tem uma trajetória de combate à segregação racial. O primeiro presidente negro da África do que foi o principal líder contra o Apartheid e incentivo à democracia. Mandela é daquelas pessoas que nos inspiram por toda a sua dedicação a vida, justiça social e uma humanidade melhor, livre de preconceitos e reconhecedora da plenitude de seus direitos, ou seja, trouxe a dignidade para o seu povo. Uma voz que se ecoou por todo o mundo.
Por todo o seu trabalho humanitário, Mandela foi o grande líder negro ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1993. Mandela faleceu no dia 5 de dezembro de 2013 e deixou um legado como poucos líderes da resistência deixaram.
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