quinta-feira, 23 de junho de 2016

NOTA PÚBLICA SINPRO MACAÉ E REGIÃO



“A Educação vai ao mercado: Fusão da Estácio de Sá
mexe com ações da Bolsa de Valores


O Sindicato dos Professores da Rede Particular - SINPRO Macaé e Região, fundado em 1994 e com atuação em oito municípios, filiado à Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no Estado do Rio de Janeiro (FETEERJ) e à Confederação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE) vem a público reafirmar sua posição contrária às fusões de grandes grupos educacionais, conforme notícias veiculadas sobre possível fusão da Estácio de Sá com a Kroton ou Ser Educacional.

O SINPRO Macaé e Região vê com muita preocupação e insatisfação este verdadeiro balcão de negócios a que ficou reduzido o Ensino Superior privado em nosso país, onde o que mais vale para os gestores e acionistas é o pregão da Bolsa de Valores em detrimento dos valores intrínsecos a uma educação de qualidade para nossos estudantes e, nós, educadores.

O arcabouço legal ocultou o avanço no crescimento de grandes estabelecimentos mercantis que foram sendo aglutinados e transformados em universidades sem fins lucrativos. Tal situação perdurou até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, quando passou a existir o modelo Institucional de estabelecimentos educacionais lucrativos. Desta maneira o ensino superior pôde ser tratado como uma entidade comercial.  Deixando claro e evidente a intencionalidade mercadológica do que daria início a venda e a fusão de IES, a abertura de capital educacional na Bolsa de Valores, bem como a aplicação de capital abrangendo nas IES nacionais.

Como é do conhecimento geral, esta tendência de fusões sucessivas de grandes conglomerados institucionais aprofunda o monopólio já existente, o que coloca em sérios riscos a nacionalização da educação superior.

A preocupação com os rumos que a educação superior brasileira vem tomando não é uma novidade, principalmente no que diz respeito ao visível predomínio de sua expansão privatista e, a posteriori, mercantilizada.

Atualmente, a Educação Superior Privada abarca cerca de 80% das matrículas no país através desses grandes grupos de origem nacional e internacional, estando entre eles a Kroton Educacional S.A., Anhanguera Educacional Participações S.A., Estácio de Sá Participações S.A. e Sistema Educacional Brasileiro S.A.

Podemos observar, que no decorrer dos anos o setor privado teve seu espaço bem consolidado, chegando a quase 90% no que concerne às IES e mais de 70% no que diz respeito ao número de matrículas.

Esses grupos, apesar das alegações da crise no setor, costumam se envolver em transações comerciais com cifras bilionárias. O próprio MEC informa que cerca de 40% do faturamento desse conglomerado educacional são originários de recursos públicos!

Além dessa barbárie, também está em curso o processo de financeirização e desnacionalização da educação superior brasileira em rápido crescimento, sem a necessária regulamentação do estado e sem o devido controle da qualidade do ensino ministrado.

Como ainda é sabido, uma vez tornada mercadoria a educação passa a ser tratada pelas grandes corporações internacionais como meros indicadores financeiros sem qualquer compromisso com os princípios educacionais, apenas com a obsessiva redução dos custos e o obsecante aumento das receitas, com o objetivo de aumentar mais e mais o lucro para seus acionistas e demais associados comerciais.

Quando se analisa o contexto da educação nacional, o quadro se revela mais grave e preocupante, não apenas quanto às questões trabalhistas, mas também com relação à própria estrutura educacional como um todo.

A preocupação com a qualidade do ensino, pesquisa e a extensão que são três atividades fundamentais a que os professores do ensino superior estão ou deveriam estar submetidos e que constituem o trabalho docente,  principalmente na instituições públicas de ensino superior. Consideramos como fundamental, tanto para o desenvolvimento do estudante, quanto para efetiva garantia do direito à educação nesta etapa de ensino, os professores da iniciativa privada reivindicam que, além do ensino, seja estabelecida com a devida fiscalização a obrigatoriedade de trabalho de extensão e pesquisa para desenvolver para à sociedade os benefícios que o governo concede às IES privadas.

Para isso, é necessário ampliar e fortalecer os esforços para a criação de processos regulatórios eficientes e eficazes para que inibam a atual expansão desenfreada e desqualificada do setor privado da educação. E, também, debater junto aos fóruns educacionais e sociais com vista a superar a ausência de regulação do setor por parte do Estado, o que vem possibilitando o avanço das negociações dessas instituições em Bolsa de Valores, descarecterizando cada vez mais o setor estratégico que é a Educação Superior.

Assim, o SINPRO Macaé e Região se soma às demais entidades representativas dos trabalhadores em educação e se mantém contrário a esta situação, que coloca em risco o futuro das novas gerações e a própria soberania nacional, representada pelo avanço da educação privada e privatista com vista ao monopólio, financeirização e desnacionalização da educação em nosso país.

MACAÉ, JUNHO DE 2016


SINDICATO DOS PROFESSORES DA REDE PARTICULAR DE MACAÉ E REGIÃO


Diretoria do Sinpro Macaé e Região

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