quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Presidente eleito tem como uma de suas propostas a privatização do ensino

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Nos últimos anos, privatização tem se intensificado e ameaçado a educação pública de qualidade e gratuita

As propostas verbalizadas pelo presidente eleito vão intensificar ainda mais o processo de privatização da educação no Brasil. Recentemente, ele afirmou que quer cobrar mensalidade em universidades federais, argumentando que o ensino público tem um alto custo se comprado com as universidades privadas e, ao mesmo tempo, justificando de quem acessa o serviço são pessoas da classe alta.

Contudo, o que um estudo da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes), publicado em 2016, feito com base em entrevistas de 2014 com graduandos, mostra que 66,2% dos alunos vêm de famílias cuja renda não ultrapassa 1,5 salário mínimo, ainda que o caráter das universidades públicas estaduais e federais do país seja predominantemente elitista.

A postura do presidente eleito só vai piorar o que já vem acontecendo, pois com os investimentos que não tem sido suficiente, precarizando o ensino público de qualidade, os conglomerados de empresas privadas estão se fortalecendo no mercado e tornado o acesso a uma educação gratuita em simples mercadoria, aumentando o lucro dos empresários. Basta ver que as matrículas nas universidades privadas são bem maiores que as da pública. Por outro lado, não garantem o ensino de qualidade. Isso compactua com o projeto privatista e neoliberal de Jair.

Recentemente, o presidente eleito informou ainda que defende o ensino à distância desde o Ensino Fundamental, o que gera outro problema. Essa medida vai ao encontro das medidas adotadas pelo governo golpista, do qual o candidato do PSL sempre fez parte. O que as pessoas precisam entender é que ao apoiar estas medidas, ele retiras crianças do processo de convivência e de aprendizagem na escola, que é um ambiente de convívio com a diversidade cultural, inclusive.

O Sinpro já havia externado que para o setor público, a BNCC, que traz consigo a implantação do ensino à distância, significa um desrespeito ao acesso a uma educação de qualidade e a discrepância ainda mais se comparado este for com o tipo de ensino que poderá ser oferecido apenas nas escolas particulares. É uma verdadeira divisão: de um lado, os que sem poder pagar não terão nem o básico do que hoje conhecemos ser a educação básica; e do outro os que pagarão para ter um ensino melhor. Um apartheid educacional, a verdadeira privatização de um direito básico.

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