quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Artigo: ‘Dias difíceis virão’, por Cid Benjamin



1. Dilma e o PT foram vítimas da forma como governaram. Mantiveram a política econômica tucana, para alegria dos bancos. É fato que, aproveitando o quadro internacional, melhoraram a vida dos mais pobres, com valorização do salário-mínimo, expansão de programas sociais e crédito mais fácil. Mas não fizeram reformas: a política, para neutralizar o peso do poder econômico; a tributária, para tirar da classe média e dos trabalhadores a maior carga de impostos; a agrária, para criar empregos no campo; a dos meios de comunicação, para pôr fim aos monopólios na mídia eletrônica.

2. Com a Lava-Jato e o fim da bonança externa, o governo se esfarelou. Não achando suficientes as concessões do PT, a direita quis mais. E foi para o impeachment com duas bandeiras: nas ruas, o “combate à corrupção”; no Congresso, as “pedaladas”. Como na fábula do sapo e o escorpião, Dilma foi ferroada por quem recebia favores dela. A busca da “governabilidade” ofertando cargos a corruptos deu no que deu. E a falta de reformas limitou o apoio popular para enfrentar o golpe. Registre-se, porém, a dignidade da postura de Dilma no Senado.

3. Quem foi para as ruas o fez para se contrapor ao golpe, não por amor à presidente. Na reta final, nem o PT ficou todo com ela. E o Datafolha mostrou que só 32% dos brasileiros queriam sua volta. Mas apenas 14% aprovavam o ilegítimo governo Temer.

4. Vem mais coisa. Além da Lava-Jato, que ainda vai dar caldo, não se pode separar as campanhas de Dilma e Temer. Se houve dinheiro da corrupção, houve nas duas. A bola está com o TSE.

5. Temer quer retirar direitos dos trabalhadores, desmontar a CLT e cortar nas áreas sociais, aplicando programa rejeitado nas urnas. Vai haver resistência.

6. Fecha-se o ciclo aberto pela Constituição de 88. O sistema político se esgotou. A sociedade não se vê representada pelo Congresso. Uma saída seriam eleições gerais, desejo de 62%. Mas sem reforma política, para que algo mude só havendo pressão das ruas.


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