segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um mundo mais justo, humano e sustentável para todos e todas

O final de 2010 se aproxima e algumas reflexões são necessárias. Aproveito o momento de celebração do Natal onde nossos sentimentos de solidariedade ficam mais a flor da pele.

Neste sentido, percebemos que ainda precisamos mudar para melhorar a qualidade de vida do nosso povo. Isto quer dizer “precisamos sair da lama”. E para diminuir mais as desigualdades sociais, são necessárias políticas públicas efetivamente comprometidas com esta causa. Onde garantem serviços essenciais como educação, saúde, trabalho, moradia, saneamento, transporte, cultura, segurança etc. Nossa lista pode ser extensa, mas a precarização do nosso povo humilde é histórica.

A partir de 1º de janeiro, uma nova conjuntura sinaliza que devemos analisar as últimas eleições como um termômetro político para a corrida à sucessão municipal que já começou.

Reafirmamos que não será tão simples este processo. Para isso, precisamos garantir qualidade de vida e formação de qualidade para que o nosso povo não seja manipulado como já foi outrora.

Lamentavelmente , os jovens são particularmente atingidos por essa situação. Como o sistema educacional não conseguiu tê-los e o mercado de trabalho não os incorpora, muitos deles abandonam a escola e permanecem sem ocupação, desfiliados dos papéis que lhes são socialmente atribuídos, os de estudantes ou de trabalhadores.

Neste sentido, o sentimento também presente é que o investimento e aperfeiçoamento para a nossa população é fundamental.

Não existe receita pronta e a participação popular é uma parceira importante. A pauta deve estar comprometida com os direitos humanos, com a participação social e a implementação efetiva de programas e ações sobre os interesses sociais, não mais do seu próprio bolso.

Desejamos mais avanços nas áreas sociais, econômicas, políticas e culturais em nosso país e em nossos municípios.

Embalados pelos sinos e a animação de mais um Natal que chega, este cenário traz uma nova expectativa para 2011.

FELIZCIDADE!

Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação, Historiadora e diretora do Sinpro


SINPRO Macaé e Região

Endereço: Rua Marechal Rondon, nº 08.
Bairro Miramar – Macaé
Tel.: (22) 2772-3154
E-mail: sinpromacae@yahoo.com.br

Subsede – Rio das Ostras
Endereço: Rodovia Amaral Peixoto,nº3234
Bairro Nova Aliança/praia da tartaruga – Rio das Ostras.
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domingo, 19 de dezembro de 2010

CONVITE

No sentido de compartilhar este espaço de comunicação e debate com a categoria, convidamos professores e professoras para exporem suas idéias, reivindicações e reclamações neste blog do Sinpro Macaé e Região.

Para isso, não é necessário ser filiado(a) a este Sindicato – embora desejável.

Adotamos como parâmetro textos de até duas laudas, incluindo eventuais fotos e ilustrações.

Ressaltamos que a publicação do texto caberá à diretoria, uma vez que é de sua responsabilidade, conforme o estatuto, responder pela entidade.

Agora é colocar mãos à obra e nos enviar o que importa: sua razão e sua emoção.

Sejam bem-vindos ao nosso blog, professores e professoras!

Diretoria do Sinpro Macaé e Região.


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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

7ª edição do Circulando – Diálogo e Comunicação na Favela

O Circulando é um evento que acontece na rua e a entrada é gratuita. As primeiras atividades começam às 9h com a caminhada ecológica. A partir deste horário até às 22h atividades estarão acontecendo no Complexo do Alemão, ainda que fiquem mais concentradas na rua onde estará o palco. O endereço é rua Doutor Nogushi, em frente à Joaquim de Queiroz, Grota. Ao entrar na rua, já será possível ver arte, cultura e direitos circulando pelo Alemão.

O que: 7ª edição do Circulando – Diálogo e Comunicação na Favela // Quando: 18 de dezembro, sábado // Que horas: das 10h às 22h.

Como chegar: a rua Doutor Nogushi é transversal da Avenida Itararé e se localiza em frente à entrada da Grota (rua Joaquim de Queiroz). O acesso é fácil seja de carro, metrô ou ônibus. Contatos: assessoria de imprensa e informação - Marianna Araujo e Vitor Castro: (21) 8187-7533 / 9173-1947 e David Amen: (21) 7609-4550


Edição especial

Foi pensando neste novo momento do conjunto de favelas que o coletivo organizador agregou a força do evento às ações do Comitê de Desenvolvimento Local da Serra da Misericórdia. O Comitê agrega muitas das instituições que organizam o Circulando e depois da ocupação do Alemão vem trabalhando em torno de uma Agenda Propositiva Socioambiental para os Complexos do Alemão e Penha.

A Agenda será lançada durante o Circulando, que além desta discussão sobre desenvolvimento contará também com diversas atrações culturais e serviços para os moradores. O show mais esperado do dia fica por conta da banda de reggae Ponto de Equilíbrio. Haverá ainda apresentações de poesias, batalha de rima e show de rap, mutirão de grafite, capoeira, caminhada socioambiental pela Serra da Misericórdia, teatro, exibição de vídeos e uma ação com o grupo do Festival Estética Central. Entre os serviços que estarão disponíveis estão um núcleo de assistência jurídica da OAB, uma tenda do Centro de Apoio ao Trabalhador e uma equipe de Saúde Móvel com assistência médica e odontológica.

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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O diploma e os desafios contemporâneos

Por Venício Lima

São raras as atividades das quais participei nos últimos dois ou três anos nas quais, independente do tema sendo discutido, não aparecesse alguém e cobrasse minha posição sobre a obrigatoriedade do diploma de curso superior em jornalismo para o exercício da profissão de jornalista profissional.

Tenho constatado que a resposta a essa pergunta provoca inesperadas paixões e, em geral, serve como critério para colocar quem a responde no céu ou no inferno. Se a audiência for, majoritariamente, composta de estudantes de Jornalismo e/ou militantes de sindicatos de jornalistas, relativizar a importância do diploma e chamar a atenção para as transformações radicais pelas quais passa o campo das comunicações – e as incontornáveis conseqüências desse fato para o jornalismo e a profissão de jornalista – pode ser o caminho seguro para hostilidades e intolerância.

Assumo, mais uma vez, o risco e boto a minha mão no vespeiro.


Transformações radicais

Nos Estados Unidos, como se sabe, não há exigência de diploma para o exercício profissional de jornalista. Aliás, a exigência não é encontrada em nenhum país de tradição democrática.

Em artigo publicado neste Observatório há cerca de três anos, comentei que o College of Communications, na minha alma mater, a Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign, estava mudando seu nome para College of Media (ver "Ensino & Pesquisa: Mídia versus comunicação").

Reproduzi a justificativa oferecida pelo então dean do College, Ronald Yates, para a troca de communications por media. Disse ele:

"O que nos realmente fazemos é estudar e ensinar ‘comunicação midiatizada’ [mediated communications] (...). Nós estudamos e ensinamos mídia – mídia velha, mídia nova, mídia emergente, mídia futura. Em resumo, o College of Communications é sobre mídia. O mais importante de tudo isso (…) não é encontrar uma nomenclatura precisa, mas dar conta das mudanças que estão ocorrendo (...). A enorme mudança que produz informação e entretenimento a qualquer hora, em qualquer lugar, tem forçado as pessoas a se adaptarem constantemente. O resultado é que elas estão ficando mais sábias e discernindo melhor como gastar o dinheiro e o tempo delas, como buscar as notícias e como responder à mídia. Essas mudanças nas formas de distribuição [de informação e entretenimento] e na maneira como as pessoas pensam a respeito da mídia provocaram mudanças no escopo das comunicações como disciplina."

Na ocasião comentei também que, guardadas as diferenças, o "mercado" brasileiro demanda hoje um profissional que lembra os velhos pioneiros, isto é, um profissional que compreende a mídia em suas variadas dimensões, sua importância no mundo contemporâneo, e é capaz de produzir "comunicação" que possa ser distribuída em diferentes tecnologias. Em resumo: o profissional de hoje é multimídia, não é um especialista.

Apesar disso, afirmava, entre nós continuam a predominar cursos de graduação em unidades acadêmicas ainda vinculadas às divisões das velhas tecnologias, enquanto na pós-graduação prevalece uma tendência de forte fragmentação do campo de estudos (ver, neste OI, "Fragmentação versus convergência na comunicação").


Posição explicitada

Em pequeno livro concluído antes da decisão do STF, de junho de 2009, que considerou "não recepcionado" pela Constituição de 1988 o decreto que requer a obrigatoriedade do diploma de curso superior em jornalismo para o registro profissional, afirmei:

"Essa é uma questão sobre a qual tenho pensado há muito tempo. Mais recentemente, o surgimento da internet e o aparecimento dos blogs fizeram com que eu consolidasse uma posição amadurecida. Acredito que a melhor solução, aliás, já adotada em muitos países, inclusive no país que sempre é tido como referência na discussão sobre o jornalismo – os EUA – é a seguinte: existem os cursos de jornalismo nas escolas, nas universidades. As entidades profissionais fazem o ranking de qualidade desses cursos, que é amplamente divulgado. Os alunos que passam pelos melhores cursos acabam sendo valorizados no mercado profissional. Apesar disso, não há Lei impedindo alguém que não tenha feito o curso oferecido nessas escolas de exercer a profissão. Isso significa que ter freqüentado cursos de jornalismo, ter diploma, não é critério para o exercício da profissão. Mas também significa, evidentemente, que as escolas de jornalismo não devem deixar de existir. Ao contrário, elas devem existir. As melhores formarão os melhores profissionais" (cf. Bernardo Kucinski e Venício A. de Lima; Diálogos da Perplexidade – reflexões sobre a mídia; Editora Fundação Perseu Abramo, 2009; p. 27).


Formação profissional

Ao longo dos últimos três anos, os fatos parecem confirmar as tendências apontadas e a posição explicitada.

Noticiou-se recentemente que "a Universidade do Colorado estuda fechar seu curso de graduação em Jornalismo para criar um programa que combine preceitos jornalísticos e de ciência da computação". O novo curso seria algo próximo de uma "graduação em mídias". Além disso, informa-se que não é só a Universidade do Colorado "que estuda mudanças drásticas na grade de Jornalismo ou até mesmo a extinção do curso. Ao menos outras trinta escolas no país, entre elas Wisconsin, Cornell, Rutgers e Berkeley, consideram modificar os cursos para que se adequem às novas tendências do mercado de trabalho" (ver aqui). No Brasil, aos poucos, vai desaparecendo a tradição de formação crítica e humanista das universidades públicas. Ela vem sendo substituída pelo comprometimento exclusivo com o "mercado", predominante nos cursos oferecidos nas escolas privadas. Mais recentemente identifica-se uma clara movimentação por parte de setores do empresariado tradicional de mídia no sentido de atuar diretamente na formação profissional de jornalistas.

Além do conhecido e controvertido "Master em Jornalismo" http://www.masteremjornalismo.org.br/cursos/ (sic), que há mais de dez anos é oferecido no Brasil em associação com a Universidade de Navarra, recentemente a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) anunciou que iniciará, no próximo ano, cursos de graduação e pós-graduação em jornalismo. Os cursos terão a parceria do Instituto de Altos Estudos em Jornalismo (IAEJ), criado em 2010 por Roberto Civita, principal executivo do grupo Abril. A pós-graduação terá ênfase em "Direção Editorial", será coordenada pelo jornalista e professor Eugênio Bucci e, nas palavras do diretor-presidente da ESPM, deverá "aliar os valores e práticas do jornalismo independente a noções avançadas de gestão. Vamos desenvolver nos alunos a capacidade de coordenar a produção de conteúdos multimídia de qualidade" (cf. "Um impulso extra para a carreira de jornalistas" in Imprensa, nº 262, pp. 22-25).


Desafios imediatos

Não seria o caso de outros setores da sociedade – além de empresários e grupos ligados a doutrinas religiosas – também se preocuparem com a formação do profissional em "jornalismo independente"? Por exemplo, os sindicatos de trabalhadores?

A questão da obrigatoriedade ou não do diploma, inevitavelmente passará para segundo plano se considerarmos a indiscutível centralidade da mídia nas sociedades contemporâneas e a necessidade que a sociedade civil organizada tem de utilizar plenamente os enormes potenciais democratizantes que a internet oferece para tornar públicas suas posições e travar a cotidiana "batalha das idéias".

Esse é um desafio concreto e imediato que torna mais importante – e não menos – a profissão de jornalista, mas que, ao mesmo tempo, torna inevitável a rediscussão (a) das profundas transformações que ocorrem no campo das comunicações; (b) de suas implicações na redefinição do jornalismo e do jornalista profissional; e, também, (c) do que significa a conquista do pleno exercício do direito à comunicação.

Apesar de todas as paixões que o tema desperta, não podemos esquecer que mais importante do que a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o registro profissional é a universalização da liberdade de expressão e o aprimoramento da democracia.


Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Liberdade de Expressão vs. Liberdade de Imprensa – Direito à Comunicação e Democracia, Publisher, 2010.

Fonte: Observatório da Imprensa


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