quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Educar para a celebração da vida e da Terra

Por Leonardo Boff

Dada a crise generalizada que vivemos atualmente, toda e qualquer educação deve incluir o cuidado para com tudo o que existe e vive. Sem o cuidado, não garantiremos uma sustentabilidade que permita o planeta manter sua vitalidade, os ecossistemas, seu equilíbrio, e a nossa civilização, seu futuro. Somos educados para o pensamento crítico e criativo, visando a uma profissão e um bom nível de vida, mas nos olvidamos de educar para a responsabilidade e o cuidado para com o futuro comum da Terra e da Humanidade. Uma educação que não inclui o cuidado se mostra alienada e até irresponsável. Os analistas mais sérios da pegada ecológica da Terra nos advertem que se não cuidarmos, podemos conhecer catástrofes piores do que aquelas vividas em 2011 no Brasil e no Japão. Para se garantir, a Terra poderá, talvez, ter que reduzir sua biosfera, eliminando espécies e milhões de seres humanos.

Entre tantas excelências, próprias do conceito do cuidado, quero enfatizar duas que interessam à nova educação: a integração do globo terrestre em nosso imaginário cotidiano e o encantamento pelo mistério da existência. Quando contemplamos o planeta Terra a partir do espaço exterior, surge em nós um sentimento de reverência diante de nossa única Casa Comum. Somos inseparáveis da Terra, formamos um todo com ela. Sentimos que devemos amá-la e cuidá-la para que nos possa oferecer tudo o que precisamos para continuar a viver.

A segunda excelência do cuidado como atitude ética e forma de amor é o encantamento que irrompe em nós pela emergência mais espetacular e bela que jamais existiu no mundo, que é o milagre, melhor, o mistério da existência de cada pessoa humana individual. Os sistemas, as instituições, as ciências, as técnicas e as escolas não possuem o que cada pessoa humana possui: consciência, amorosidade, cuidado, criatividade, solidariedade, compaixão e sentimento de pertença a um Todo maior que nos sustenta e anima, realidades que constituem o nosso Profundo.

Seguramente não somos o centro do universo. Mas somos aqueles seres, portadores de consciência e de inteligência, pelos quais o próprio Universo se pensa, se conscientiza e se vê a si mesmo em sua esplêndida complexidade e beleza. Somos o universo e a Terra que chegaram a sentir, a pensar, a amar e a venerar. Esta é nossa dignidade que deve ser interiorizada e que deve imbuir cada pessoa da nova era planetária.

Devemos nos sentir orgulhosos de poder desempenhar essa missão para a Terra e para todo o universo. Somente cumprimos esta missão se cuidarmos de nós mesmos, dos outros e de cada ser que aqui habita.

Talvez poucos tenham expressado melhor estes nobres sentimentos do que o exímio músico e também poeta Pablo Casals. Num discurso na ONU, nos idos dos anos 1980, dirigia-se à Assembleia Geral pensando nas crianças como o futuro da nova humanidade. Essa mensagem vale também para todos nós, os adultos. Dizia ele:

“A criança precisa saber que ela própria é um milagre, saber que, desde o início do mundo, jamais houve uma criança igual a ela e que, em todo o futuro, jamais aparecerá outra criança como ela. Cada criança é algo único, do início ao final dos tempos. E assim a criança assume uma responsabilidade ao confessar: é verdade, sou um milagre. Sou um milagre do mesmo modo que uma árvore é um milagre. E sendo um milagre, poderia eu fazer o mal? Não. Pois sou um milagre. Posso dizer Deus ou a Natureza, ou Deus-Natureza. Pouco importa. O que importa é que eu sou um milagre feito por Deus e feito pela Natureza. Poderia eu matar alguém? Não. Não posso. Ou então, um outro ser humano que também é um milagre como eu, poderia ele me matar? Acredito que o que estou dizendo às crianças, pode ajudar a fazer surgir um outro modo de pensar o mundo e a vida. O mundo de hoje é mau; sim, é um mundo mau. E o mundo é mau porque não falamos assim às crianças, do jeito que estou falando agora e do jeito que elas precisam que lhes falemos. Então o mundo não terá mais razões para ser mau.”

Aqui se revela grande realismo: cada realidade, especialmente, a humana é única e preciosa mas, ao mesmo tempo, vivemos num mundo conflitivo, contraditório e com aspectos terrificantes. Mesmo assim, há que se confiar na força da semente. Ela é cheia de vida. Cada criança que nasce é uma semente de um mundo que pode ser melhor. Por isso, vale ter esperança. Um paciente de um hospital psiquiátrico que visitei, escreveu, em pirografia, numa tabuleta que me deu de presente: “Sempre que nasce uma criança é sinal de que Deus ainda acredita no ser humano”. Nada mais é necessário dizer, pois nestas palavras se encerra todo o sentido de nossa esperança face aos males e às tragédias deste mundo.

* Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor, autor de Cuidar da Terra – Proteger a Vida, Record, Rio de Janeiro 2010.

 
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Em outubro: XV CONSIND da CONTEE acontecerá em São Paulo

O XV Conselho Sindical da CONTEE será realizado em São Paulo/SP, nos dias 21 e 22 de outubro, nas dependências do Novotel Jaraguá São Paulo Conventions (Rua Martins Fontes 71, Centro). A atividade terá como tema “CONTEE 20 anos: Educação é nossa história” e reunirá aproximadamente 350 representantes de entidades filiadas de todo o Brasil.


Um ato político na abertura da atividade marcará a comemoração aos 20 anos da entidade, com o lançamento de um vídeo institucional, uma revista especial e uma exposição itinerante sobre a história da Confederação. Entre os temas a serem debatidos no Consind: conjuntura nacional, internacional e sindical; conjuntura educacional; juventude e movimento sindical; e lutas da entidade.

Acesse: o edital de convocação e regimento de convocação.


Teses e propostas

As teses e propostas ao XV CONSIND da CONTEE poderão à sede da Confederação com 30 (trinta) dias de antecedência, ou seja, até o dia 21 de setembro de 2011, através do endereço eletrônico: contee@contee.org.br, ficando a Diretoria Executiva responsável pela sua reprodução e distribuição na atividade.

Acompanhe aqui pelo Portal da CONTEE mais informações sobre o XV CONSIND. Em breve, a programação da atividade.

XV Conselho Sindical da CONTEE
Dias 21 e 22 de outubro de 2011
Novotel Jaraguá São Paulo Conventions
Rua Martins Fontes 71, Centro – São Paulo/SP
Mais informações: contee@contee.org.br  

Formação de professores é desvalorizada pelas universidades, avaliam especialistas

da Agência Brasil


O ambiente acadêmico ainda considera a formação de professores para a educação básica uma tarefa “menor” o que dificulta a melhoria da qualificação desses profissionais para atuar em sala de aula. Este é o diagnóstico de especialistas, pesquisadores e organizações da sociedade civil reunidas no Congresso Internacional Educação: uma Agenda Urgente. A formação de professores no Brasil foi tema de discussão em uma das mesas de debates, e há um consenso de que é necessária a revisão dos currículos dos cursos de pedagogia e de licenciaturas.

Um dos componente que deve ser fortalecido, na opinião dos debatedores, é o prático. Para os especialistas, o estágio precisa ganhar maior importância e deve ocorrer desde o início da formação do professor. Uma das principais críticas é que a universidade não prepara o professor para lidar com a realidade da sala de aula, que inclui problemas de aprendizagem e um contexto social que influencia no processo.

“A formação inicial deve estar visceralmente ligada à sala de aula. Ela deve ocorrer em dois lugares: na universidade, onde eu penso, discuto e estudo e naquele lugar que é objetivo maior do professor, a sala de aula”, disse Gisela Wajskop, diretora-geral do Instituto Singularidades.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin Leão, declarou que apesar do estágio ser obrigatório para a obtenção do diploma, em muitas escolas de formação ele não passa de uma “formalidade”. “O estágio é fundamental para conectar o que o aluno aprende na universidade e o mundo real. Ele precisa sair sabendo como são as escolas, quais são as dificuldades concretas que ele vai encontrar e quem é esse jovem que ele vai ensinar e que ele só estuda na psicologia. Mas o estágio precisa ser bem feito, orientado e cobrado”, ressaltou.

Uma das propostas apresentadas para melhorar a formação, é instituir nas licenciaturas e cursos de pedagogia uma espécie de residência, semelhante a que ocorre nos cursos de medicina e que é obrigatória para o exercício profissional. Leão aponta, entretanto, que a formação do professor não é a única variável que determina a qualidade do ensino. “A universidade que forma o professor da escola pública é o mesmo que forma o da particular. Mas, a segunda tem resultados melhores nas avaliações”, disse.

Membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e do movimento Todos pela Educação, Mozart Neves Ramos defende a criação de centros ou institutos de formação nas universidades que sejam separados dos departamentos que hoje oferecem as licenciaturas. “O professor da universidade que está preocupado em dar aula na escola de educação básica é visto no seu departamento como inferior porque não está preocupado em publicar artigos nas revistas de ponta”, declarou.

A desvalorização da carreira e dos cursos de formação têm levado ao fechamento das licenciaturas, conforme observou o vice-presidente da Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), Marcelo Lourenço. “Nós estamos pedindo socorro porque os cursos estão fechando por falta de procura”.



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Para especialistas, Enem mostra que avanço na educação é mais lento do que o necessário

da Agência Brasil

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), apesar de indicar avanço na educação pública do país, mostra que esse ganho ainda é lento do que o possível e necessário. A avaliação do professor Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Ocimar Munhoz Alavarse. “Esses ganhos ainda não são tão elevados quanto poderiam ser, e os patamares ainda são preocupantes”, disse à Agência Brasil.

O aumento da nota média é, segundo Alavarse, resultado da melhora da rede pública de ensino que ocorreu a partir do ano 2001. Os alunos que estavam nas séries iniciais chegam agora ao ensino médio beneficiados por uma escola mais equipada e professores com melhores remunerações. O que o professor considera uma conquista importante, uma vez que o sistema público trabalha “com 90% dos alunos em condições precárias e, mesmo assim, está melhorando a aprendizagem”.

Alavarse aponta, como prioritária para a evolução da rede de ensino, a formação de professores mais qualificados. “Pensando no caso do ensino médio, nós temos carência de professores. Eu defendo que quem quiser ser professor no Brasil ganhe uma bolsa”.

Na opinião do coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, o país deve aproveitar a sinalização do Enem para ampliar os investimentos em educação. Caso contrário, alerta que os jovens brasileiros continuarão a receber uma formação deficiente nos próximos anos. “Permanecendo no ritmo atual, o Brasil vai perder mais uma geração de jovens, que é a geração desta década, e só vai começar a ter educação de qualidade a partir da próxima década”.

Cara defende a necessidade da avaliação de problemas locais e específicos de cada escola. Essa informação não pode, de acordo com ele, ser conseguida com um exame como o Enem. “O Brasil precisa enfrentar os problemas estruturais, mas também os específicos de cada rede”, declarou.

De acordo com ele, as escolas públicas que obtiveram o melhor desempenho são as técnicas e militares, onde o investimento por aluno é muito maior do que no restante da rede. Por isso, defende que o governo coloque em prática a Resolução 8 do Conselho Nacional de Educação (CNE) que determina um gasto mínimo por aluno.


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