Encontro é uma forma de conhecer as propostas de candidatos para uma educação de qualidade
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Segundo o coordenador do Fórum Estadual de Educação, André Marinho, iniciativa vai esclarecer ações apontadas em planos de governos dos candidatos. (Foto: Reprodução Facebook) |
Conhecer o plano de governo dos candidatos e as propostas para evitar com que a educação seja ainda mais preconizada. Estes são alguns dos objetivos da “Conversa com os candidatos ao governo do estado” promovida pelo Fórum Estadual de Educação do Rio de Janeiro, no próximo dia 21 de setembro, às 14 horas. A iniciativa acontecerá no auditório da Caixa de Assistência dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro – CAARJ.
Para diretora de Formação da Contee e diretora-geral do Sinpro Macaé e Região, Guilhermina Rocha, este debate contribui para que os cidadãos possam analisar as propostas apresentadas pelos candidatos e candidatas. “Nós da área da educação veremos aquele que realmente se compromete e como pretende dar atenção a uma educação pública, gratuita, laica, de qualidade e que respeitem os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras”.
De acordo com o coordenador do Fórum Estadual de Educação, André Marinho, a iniciativa de fazer o debate é para que sejam esclarecidas pelos candidatos quais são as intenções deles com as propostas apresentadas em cada um em seus planos de governo. “Sabemos que o próximo governo terá um desafio muito grande quando o assunto é educação. Observamos que a maioria das propostas se desvincula de uma perspectiva sistêmica e não produzem a discussão de política educacional para o território do Estado. Queremos entender isso, como eles pensam enfrentar a crise e como a educação é pensada”, disse ao lembrar que até nesta segunda-feira, dia 17, sete candidatos já haviam confirmado presença.
André relata que o Rio de Janeiro tem uma Plano Estadual de Educação que está para vencer em 2019 e há ainda a construção de um congresso estadual de educação, que só concluirá os seus trabalhos no ano que vem. “Necessitamos que o próximo governo tenha a preocupação em reposicionar a educação do Estado em outro patamar. É preciso destinar, de fato, os 25% da receita resultante de impostos e transferências na manutenção e no desenvolvimento da Educação. Sem financiamento é impossível superar os desafios que nos foram impostos. Não se pode organizar políticas sem recurso”. Ele completou que é preciso comprometer o novo governo com a agenda de uma educação pública, gratuita, de qualidade e laica. “Garantindo acesso, permanência, mobilidade e assegurando as políticas afirmativas”.
A Caixa de Assistência dos Advogados do Estado do Rio de Janeiro (CAARJ) fica localizada na Avenida Marechal Câmara, 210 – Centro.
CRISE EVIDENCIADA - Em uma das piores crises da sua história, o Estado do Rio Janeiro agoniza também na educação. Somente em 2018 foram inúmeras denúncias. Situação crítica foi denunciada em Duque de Caxias e Queimados. Só em Caxias, um levantamento do Ministério Público indicou que faltavam 376 professores, um problema que se arrasta desde 2015. Segundo levantamento do site Rede Brasil Atual, a falta de investimentos no Estado deixou milhares de crianças e adolescentes fora das salas de aula, no Rio de Janeiro. Entre 2016 e 2017, cerca de 200 escolas tiveram fechamento de turnos e turmas.
Já o Censo Escolar, que tem a aprovação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entre 2010 e 2017 foram fechadas pelo estado 231 escolas públicas, o que resulta, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ), uma redução de 95 mil matrículas pelo estado. Soma-se a isso ao sucateamento na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Falta de investimento também que atingem a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO) e a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec).
A crise foi evidenciada com a divulgação dos índices do Ideb, que mostrou que o Rio é o único estado do Brasil que não atingiu meta em nenhum segmento dos ensinos fundamental e médio. Nos anos iniciais do ensino fundamental, do primeiro ao quinto ano, a nota foi de 5,3 na rede pública, que abrange as escolas federais, estaduais e municipais - um décimo a mais que em 2015. No ensino médio, que é responsabilidade do governo do estado, a nota caiu para 3,3, abaixo do último Ideb, em 2015 e bem abaixo do desejado. O Rio teve uma média menor que a do Brasil - 3,3 no estado contra 3,5 no país.