quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Ecoalfabetização


“Nossos alunos precisam ser ensinados que o crescimento econômico – quando acontecer – deve vir em conjunto com a justiça social, sempre resguardando a proteção do meio ambiente”, propõe o economista Marcus Eduardo de Oliveira .

Ao desconsiderar o sistema ecológico em toda sua amplitude na peculiar relação que mantém com o sistema econômico, a teoria econômica tradicional ignora assim, de fato e de direito, o que se sucede em termos de movimentação dentro da atividade econômica produtiva, a saber: entra (materiais) e sai (resíduos); entra matéria e energia, sai ejetada poluição e detritos.

Dessa forma, fluxos de entrada (materiais e energia) e de saída (produtos e resíduos) precisam ser considerados, e não relegados ao esquecimento, como tem sido comum pelas lentes míopes da economia neoclássica, envolta numa macroeconomia que não mantém vínculos estreitos com as coisas da natureza.

Trata-se, portanto, de enorme equívoco enxergar a atividade econômica de forma isolada, sem interação com o meio ambiente. Cabe aqui contextualizar que a economia é apenas uma parte de um todo; o todo é o meio ambiente.

Nesse sentido, o diálogo entre essas duas ciências (sociais e naturais) é cada vez mais necessário. A “conversa” entre a Economia e a Ecologia tem obrigatoriamente de acontecer para que a conscientização ecológica se faça presente, até mesmo porque “não existe sociedade (e economia) sem sistema ecológico, mas pode haver meio ambiente sem sociedade (e economia)”, como bem asseverou o professor Clóvis Cavalcanti.

De forma inequívoca, o processo de produção econômica vem necessariamente acompanhado da geração de resíduo e poluição. Logo, toda a produção econômica “carrega” consigo elementos do processo ecológico.

De toda sorte, essa relação entre a economia e o capital natural, cada vez mais emblemática, envolve alguns aspectos pertinentes: alterações do clima que são potencialmente provocadas pela ação do homem-econômico; exagero de produtos tóxicos ejetados no meio ambiente como resposta às políticas de crescimento da economia sem o menor respeito aos limites físicos da natureza; a falta de energia e matéria para lidar com as manifestações e os desejos da sociedade de consumo que são cada vez mais intensos e seguem sendo ilimitados.

Percebe-se assim que cada vez mais esses “fatos” apontam para a necessidade de se consolidar um novo modo de pensar a atividade econômica a partir da perspectiva da inserção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos (equilíbrio climático, fotossíntese, oferta de solos, ciclos geoquímicos, água limpa e outros) no conjunto da análise econômica moderna, superando, pois, o caráter reducionista presente nas análises neoclássicas.

Todavia, isso só será possível mediante o estabelecimento, em definitivo, de um diálogo entre os dois sistemas: o econômico e o ecológico.

Como estabelecer esse diálogo? Uma boa resposta para isso vem mediante a implantação daquilo que Fritoj Capra chama de ecoalfabetização. Isso proporcionará (e possibilitará) condições essenciais para o desenvolvimento de um novo modo de pensar a atividade econômica.

Estamos convencidos que, enquanto não mudarmos a forma de produção, respeitando, prioritariamente, os ciclos da natureza, longe ficaremos da condição de se alcançar bem-estar humano sustentável e, cada vez mais aprofundaremos o crescimento econômico fútil, baseado no consumo material, em geral, recheado de suntuosidades.

Combater os excessos e entender que o progresso humano não pode ser confundido com o crescimento material é uma primeira e decisiva etapa para a consolidação de uma ecoalfabetização.
Se almejarmos obter uma vida mais tranquila num mundo mais bem desenvolvido, chegou a hora de pôr um fim na dilapidação que vem sofrendo o capital natural por conta das atividades econômicas exercerem forte pressão sobre os recursos da natureza.

Para isso, é fundamental disseminar essa espécie de “consciência ecológica”. Essa consciência ecológica passa por eliminar o “analfabetismo ecológico”, termo criado por Capra – visando praticar a ecoalfabetização.

Para tanto, desde a base, ou seja, a partir dos primeiros anos de ensino-aprendizagem, se faz necessário colocar nossos alunos em contato com os valores que norteiam às ciências ecológicas.
Em paralelo, há de se desenvolver uma política nacional de educação ecológica, uma verdadeira ecoalfabetização que seja capaz de sensibilizar a todos para a importância que representa o sistema ecológico em nossas vidas.

Nossos alunos precisam ser ensinados que o crescimento econômico – quando acontecer – deve vir em conjunto com a justiça social, sempre resguardando a proteção do meio ambiente.

Faz-se necessário ainda, nesse rol de ações, desenvolver plena consciência de que a natureza é a provedora inicial das necessidades humanas e dela dependemos para sobreviver.

 Marcus Eduardo de Oliveira é economista, professor e especialista em Política Internacional pela Universidad de La Habana – Cuba.
 
Fonte: Adital.


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Edital do MinC oferece bolsas de 14 mil reais a jovens comunicadores

O Edital Comunica Diversidade 2014: Edição Juventude, lançado no começo do mês em parceria do Ministério da Cultura (MinC), com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Fundação Universitária José Bonifácio, irá concender bolsas de R$ 14 mil para jovens com idades de 15 a 29 anos que desenvolvam projetos de comunicação ligados à cultura.

Com inscrições abertas até 5 de novembro, o edital contempla ações nos eixos: “educar para comunicar”, “produção de conteúdos culturais”, “distribuição de conteúdos culutrais”, “meios e infraestrutura para a comunicação”, “comunicação e protagonismo social” e “comunicação e renda.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site do MinC, por correios ou pelo e-mail comunicadiversidade@gmail.com.





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Coppe vai ter programa para inclusão de pessoas com deficiência

Da Agência Brasil  
 
O Instituto de Pós-graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ) deverá lançar programa para inclusão de pessoas com deficiência. Uma das ações é promover um curso para capacitar pessoas com deficiência em atividades técnicas e administrativas.

O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Coppe, José Carlos Pinto, explicou que a iniciativa surgiu devido à dificuldade para a contratação de pessoas com deficiência com qualificação. “A lei impõe uma cota de 5% para os deficientes físicos nos concursos públicos, mas nós nunca conseguíamos preencher essas vagas e nos questionávamos o porquê. Percebemos que esse fenômeno é consequência da exclusão e da baixa qualidade de ensino oferecidas a essas pessoas, então decidimos criar uma oportunidade de aprendizado para os deficientes. Estamos cumprindo com o dever da universidade, o de educar”, explica.

De acordo com o instituto, as aulas serão ministradas por professores do Coppe e acompanhadas por profissionais de organizações que trabalham na área. Algumas das atividades envolvem o aprendizado sobre o ambiente de pesquisa, como segurança em laboratórios, formulação de projetos e controle de qualidade.

Segundo o Coppe, o recrutamento dos alunos será feito por meio de uma seleção pública. A previsão é que as inscrições iniciem a partir de outubro e as aulas, em março do ano que vem. De acordo com  o instituto, a data de abertura das inscrições será divulgada no site http://www.coppe.ufrj.br.


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MEC define contrapartida para implantação de cursos privados de medicina


O Ministério da Educação estabeleceu os parâmetros para a contrapartida a ser oferecida ao Sistema Único de Saúde (SUS) por instituições privadas de educação superior, para a implantação de cursos de graduação em medicina. A contrapartida de serviços, ações e programas deve ocorrer no município ou na região de saúde do curso.

Em portaria, o ministério estabelece que a habilitação para autorização de funcionamento de curso de medicina será precedida de chamamento público e a contrapartida deverá contemplar as seguintes modalidades: formação para os profissionais da rede de atenção à saúde, construção ou reforma da estrutura de serviços de saúde e aquisição de equipamentos para a rede de atenção à saúde; pagamento de bolsas de residência médica em programas de medicina de família e comunidade e, no mínimo, dois outros em áreas prioritárias (clínica médica, pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia).

De acordo com o ministério, a contrapartida é importante porque uma parte da formação dos alunos de medicina requer um cenário de prática previsto para ser realizado nas unidades de saúde do município.

Fonte: Agência Brasil 


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terça-feira, 19 de agosto de 2014

A escola que preza pela diversidade regional

Foto: Fernanda Kalena / Porvir


Escola Sesc de Ensino Médio, localizada no Rio de Janeiro, possui alunos de todos os estados brasileiros.

“Costumo dizer que o Rio de Janeiro acolhe a escola do Brasil”, diz Ines Paz, gerente pedagógica da Escola Sesc de Ensino Médio, localizada na Barra da Tijuca, na zona oeste carioca. “Aqui podemos ver a cartografia da educação brasileira”, completa, ao se referir ao fato de a instituição atender alunos de todos os estados brasileiros.

A escola foi inaugurada em 2008, e desde então recebe a cada ano 165 novos estudantes que são escolhidos através de uma seleção nacional que envolve provas de português, matemática, conhecimentos gerais e dinâmica de grupo. Cada estado tem uma cota de participação, que depende da arrecadação regional para o Sesc. Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os que têm a maior cota, de dez vagas cada. Os outros estados contam ao menos com três vagas. Os estudantes só concorrem com os candidatos do próprio estado, o que garante a diversidade.

Paz explica que o processo seletivo é conduzido dessa maneira porque a pluralidade cultural é um pilar importante da instituição. “É um valor da escola trabalhar com a diversidade. É incrível ter, de fato, todas as unidades da federação representadas entre os alunos”.

Por isso, em cada quarto dos dormitórios estudantis do colégio sempre se encontrará alunos de estados diferentes morando juntos. Isso mesmo. Tanto alunos quanto professores e gestores moram na instituição, que segue o modelo de escola-residência, comum nos Estados Unidos. Cerca de 500 alunos e 70% dos professores residem no campus, que ocupa um terreno de mais de 130 mil metros quadrados.

Mas ao mesmo tempo que esse modelo de seleção garante que todos os estados sejam representados entre os alunos, a heterogeneidade traz um desafio em relação ao que foi aprendido durante o ensino fundamental e uma disparidade de níveis em relação aos conteúdos. “O desafio que enfrentamos com a heterogeneidade da nossa escola é um reflexo nítido das diferenças na educação brasileira”, analisa a gerente pedagógica. “É muito comum escolas falarem do nivelamento dos estudantes quando ingressam no ensino médio. Falar em nivelamento parece que é feito de cima para baixo. O que fazemos chamamos de alicerçamento, fazemos de baixo para cima”, conta Paz, que afirma que um dos principais objetivos do ensino médio é exatamente consolidar o ensino dos anos fundamentais.

Para realizar esse alicerçamento, a escola tem várias estratégias combinadas. Uma delas é aulas de reforço de matemática e português. Segundo Paz, as duas linguagens são fundamentais para todas as outras disciplinas. Primeiro é realizada uma avaliação diagnóstica e um mapeamento das necessidades de cada aluno em relação às disciplinas. Depois, grupos de estudo são montados considerando as competências que cada aluno precisa desenvolver.

Outra abordagem são os trabalhos de mentoria. Alunos do terceiro ano são incentivados a monitorar alunos dos anos anteriores. “É como uma experiência de trabalho, e é remunerado”, explica a gerente pedagógica que diz que o aprendizado entre pares é muito produtivo. Desse modo, a escola garante que as dificuldades sejam tratadas tanto de forma imediata e quanto ao longo do ano escolar.

Educador o tempo todo

Na escola-residência o trabalho do professor não acaba quando a aula termina. Na Escola Sesc não existe o conceito de contraturno ou extraclasse, todos os momentos do dia são voltados à formação dos estudantes. “Para ser professor aqui tem que ter uma perspectiva de educador. De educador o tempo todo. Nosso trabalho é fundamentando na ideia de uma educação permanente e integral do indivíduo”, explica Paz, que brinca que a sala de aula deles tem 130 mil metros quadrados.

Mesmo os professores que não moram no campus possuem jornada integral e Paz os define como “profissionais multifacetados” por terem que desempenhar diversos papéis além de lecionar. Eles também são tutores, também saem com os alunos, seja para o cinema, seja, em caso de uma emergência médica, para o hospital. E os gostos, habilidades e experiências dos professores também são levados em conta na hora de definir em quais atividades vão se envolver.

“Cada um tem algo a oferecer. Tem um professor que gosta de tocar violão e pode ensinar os alunos. Outro gosta de fotografia, outro adora praia. É um olhar educativo permanente”, diz Paz.

Fonte: O Porvir.


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