Foto: Bel Pedrosa/Divulgação/ Reprodução /www.uai.com.b |
A citação, analisada fora de um contexto geral da publicação, ocasionou uma série de comentários negativos e xingamentos contra a autora via redes sociais. Tudo começou com a publicação de uma mãe ilustrada pela página que continha o seguinte parágrafo: “Desta vez ele teve mesmo que esperar. Como as compras só chegaram quando ele estava no colégio, ainda teve que esperar a volta, o jantar e a hora da sobremesa. Quase não aguentava mais. Aí resolveu que o melhor era deixar para engasgar com a maçã na hora de deitar quando estivesse sozinho. E que a família dele era tão desligada dessas coisas que era até capaz de alguém dar um tapa nas costas dele só para desengasgar, e aí estragava o plano todo”.
Tamanhas são as contribuições da autora neste universo infanto-juvenil, que o livro citado é utilizado nas escolas brasileiras há anos e nunca havia sido questionado negativamente sobre este assunto. Respeitada, Ana Maria Machado, é imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Instituição da qual já foi presidente e, atualmente, primeira-secretária. Já recebeu diversos prêmios como o Machado de Assis e o Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantojuvenil.
Outro caso que mostrou esta intolerância aconteceu, em Volta Redonda neste ano, quando após questionamentos de alguns pais em relação ao conteúdo do livro Omo-Oba: Histórias de Princesas, que traz a história da cultura negra. Neste caso, a autora é a professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Kiusam de Oliveira.
Na época, a Coordenação Pedagógica da Escola Sesi, unidade Volta Redonda, chegou a emitir um bilhete para os responsáveis, dizendo que recebeu questionamentos de pais sobre o livro e que os mesmos questionamentos foram enviados para a Gerência de Educação Básica que teria autorizado a troca do referido título. Contudo, a assessoria de imprensa da escola esclareceu que este documento não foi claro e nem refletiu a realidade. Por e-mail a assessoria esclareceu ainda que "a escola realmente chegou a abrir a possibilidade de mais uma obra alternativa para aqueles interessados, uma decisão equivocada que já foi revista".
Estranho é saber que o material está alinhado com a lei 11.645/08, que estabelece a obrigatoriedade da temática de história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo das escolas. Isso evidencia ainda mais a intolerância dos pais que "denunciaram o material".
Na época, a Coordenação Pedagógica da Escola Sesi, unidade Volta Redonda, chegou a emitir um bilhete para os responsáveis, dizendo que recebeu questionamentos de pais sobre o livro e que os mesmos questionamentos foram enviados para a Gerência de Educação Básica que teria autorizado a troca do referido título. Contudo, a assessoria de imprensa da escola esclareceu que este documento não foi claro e nem refletiu a realidade. Por e-mail a assessoria esclareceu ainda que "a escola realmente chegou a abrir a possibilidade de mais uma obra alternativa para aqueles interessados, uma decisão equivocada que já foi revista".
Estranho é saber que o material está alinhado com a lei 11.645/08, que estabelece a obrigatoriedade da temática de história e cultura afro-brasileira e indígena no currículo das escolas. Isso evidencia ainda mais a intolerância dos pais que "denunciaram o material".
Vale lembrar que estes debates sociais podem ficar ainda mais ameaçados, caso o projeto de lei da Escola Sem Partido seja aprovado, eliminando a possibilidade dos professores estimularem a busca por um conhecimento crítico junto aos estudantes.
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