sábado, 29 de maio de 2010

Seminário de Educação a Distância reúne sindicatos do sudeste

A Federação dos Trabalhadores em Educação do Estado do Rio de Janeiro (Feteerj) recebeu na última sexta-feira, dia 22, no Sinpro-Rio, dirigentes da Contee e representantes de Sindicatos da região sudeste, no 1º Seminário de Educação a Distância da Contee em parceria com a Feteerj.

A professora Aparecida Tiradentes, assessora do Sinpro-Rio e da Contee, apresentou, na mesa “Bases Filosóficas da Educação a Distância”, o pensamento do cientista norte-americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) com sua crença na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano e no uso de aparatos tecnológicos. Estes últimos, segundo o cientista, garantem mais eficácia ao ensino. Aparecida mostrou a relação do pensamento de Skinner com a Educação a Distância.
Ponto de destaque no seminário foi a fala da professora Magna Corrêa, coordenadora da Comissão Educação Superior do Sinpro-Rio.

Magna destrinchou a atual situação do ensino superior privado no estado do Rio de Janeiro: o não recolhimento de encargos sociais, participação de empresas financeiras em grupos mantenedores de centros de ensino superior particulares e o Preal (Programa de Reforma Educacional na América Latina) que, a pretexto de democratização do acesso, expandiu o ensino privado na região.

“O governo Fernando Henrique falava da necessidade de capacitação rápida para atender ao mercado”, recorda a professora. A partir deste momento, houve a passagem de escolas administradas por gestores para conglomerados educacionais. “A Estácio, depois de ter colocado 51% das ações familiares na bolsa, operou uma radical redefinição dos padrões acadêmicos. Hoje, tem 256 mil alunos. Seu gigantismo foi reforçado por década de isenções tributárias, com estatuto de entidade filantrópica.”

De acordo com Magna, o Ensino a Distância gerou demissões em massa, redução salarial, acúmulo de funções, descumprimento das leis trabalhistas e redução da grade curricular.
A professora exibiu dois vídeos de protestos de alunos: na Faculdade Pitágoras, em Belo Horizonte, e na Faculdade Integrada do Recife. Em BH, os estudantes diziam: “queremos professor e não televisor”.

Os Sinpros e a educação superior
Hoje, 90% das instituições de ensino superior são particulares e 75% dos universitários brasileiros estão nas universidades privadas. Esta é uma realidade que não pode ser desprezada. Além disso, coloca sobre os dirigentes dos Sindicatos de escolas particulares uma grande responsabilidade: lutar contra a transformação em ensino em mercadoria.
Há um movimento das mantenedoras para tirar da esfera do MEC a fiscalização do ensino superior. Pretendem que a atribuição fique a cargo de ministérios, como o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Essa é a da lógica do ensino como mercadoria.

O Professor Rosaldo Bezerra Peixoto esteve representando o Sinpro Macaé e região  neste seminário contribuindo para o debate e para ações a serem realizadas em nossa base.  

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