Inicio este texto a partir de uma lembrança, quando em um seminário organizado pelas Regionais 2 e 4 do SEPE/RJ, há muitos anos , o debatedor convidado – Luís Basílio, na época, professor da UERJ – definiu o professor como “profissional da cultura”.
Na época, pareceu-me um pouco estranha esta tese, mas que a prática cotidiana do próprio trabalho em escolas secundárias com o tempo me veio a confirmar.
Quando ainda trabalhava em escolas técnicas estaduais, percebi a necessidade de uma abordagem mais ampla e contextualizada da “minha” matéria, no caso, a Eletricidade. O que me levou – já formado em Engenharia – à graduação e à pós-graduação em áreas como Filosofia e Educação.
O problema nos remete à questão de se buscar um novo paradigma para a educação e sua instituição mais tradicional – a escola. E, conforme a tese acima aludida, apontar e apostar na participação da Cultura na formulação das políticas educacionais em nosso país.
Não se trata aqui de se reforçar o currículo com mais disciplinas ou atualizar professores com novos conteúdos ou tecnologias educacionais – ainda que bem-vindas.
Trata-se de formar os professores com ênfase nos aspectos culturais, para além de suas disciplinas – necessárias, mas insuficientes – para trabalhar os desafios colocados pela contemporaneidade brasileira e mundial.
É necessário também reformular os tão apregoados laboratórios de currículos, além de capacitar os tão em voga “gestores” para além de suas competências técnico-científicas.
A própria Universidade – lembrada por alguns como autêntica “torre de marfim”, fechada em si mesma – deve ser repensada. Um certo autoritarismo e conservadorismo ainda rondam os vetustos salões acadêmicos, apesar das recentes mudanças alvissareiras.
Adianto, porém, que não resolve somente melhorar as estruturas sem dar atenção também aos profissionais, com melhor remuneração e melhores condições de trabalho e saúde.
Não seria o caso de se voltar ao antigo MEC (Ministério da Educação e Cultura), que abarcava ambas as áreas, mas de se buscar maior integração e sinergia entre os diversos setores e dimensões da ação pública com vista à construção de um Sistema Nacional de Educação.
Este é, pois, mais um desafio para os nossos governantes que estão saindo das urnas neste mês de outubro em curso.
Contribuição de Rosaldo Bezerra Peixoto
Professor e Conselheiro Fiscal do Sinpro Macaé e Região
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