A
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee),
enquanto entidade sindical que congrega 77 sindicatos e 7 federações de
professores(as) e técnicos(as) e administrativos(as) da rede privada,
representando atualmente cerca de 800 mil trabalhadores(as) brasileiros(as),
vem se manifestar contrária ao Projeto de Lei 4.330/04, que dispõe sobre o
contrato de prestação de serviços a terceiros, e enfatizar o quanto esse
processo é prejudicial à educação.
Além
de estarmos ao lado dos demais trabalhadores e das centrais sindicais na luta
contra a proposta do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) e o relatório do deputado
Artur Maia (PMDB-BA) – que autorizam a terceirização para as atividades-fim das
empresas e retiram a responsabilização solidária da empresa tomadora de
serviços, o que precariza ainda mais as relações de trabalho –, a Contee
ressalta a necessidade, inclusive pedagógica, de se impedir a terceirização nas
escolas.
Por
si só, a terceirização tem, como efeitos, a precarização das condições de
trabalho e a supressão dos direitos dos trabalhadores, que têm salários
rebaixados, perda de benefícios sociais e redução da representação sindical. E,
na educação, a situação tem um agravante, que prejudica não apenas os
trabalhadores, mas a própria qualidade do ensino.
Nas
escolas, o projeto pedagógico necessita de ligação direta e forte com os
trabalhadores das instituições. Os estudantes e seus pais e responsáveis
precisam conhecer quem trabalha na escola e, nesse sentido, a rotatividade
representa a exclusão da possibilidade de integração, o que acarreta inúmeros
prejuízos educacionais.
Entre
as principais bandeiras políticas da Contee está a defesa da educação como
direito e bem público, de responsabilidade do Estado. Por isso a entidade
defende o fortalecimento da educação pública, democrática e de qualidade e
reivindica a regulamentação do setor privado de ensino, com a exigência do
cumprimento do papel do Estado no controle, regulação, credenciamento e
avaliação da educação, com as devidas referências sociais.
Nessa
frente de batalha, a Confederação tem combatido com veemência o processo de
financeirização e desnacionalização da educação brasileira, o qual traz, em seu
arcabouço de ataques aos trabalhadores e prejuízos à qualidade do ensino,
também a terceirização dos funcionários técnicos administrativos.
Por
todos os argumentos apresentados, a Contee solicita aos parlamentares e aos
integrantes da comissão quadripartite que tenta chegar a um consenso sobre a
questão que vedem a possibilidade de terceirizações na educação e que, em
outros setores nos quais a terceirização não possa ser impedida, defendam uma
solução em que haja a equiparação dos trabalhadores terceirizados com os
demais, dentro dos princípios constitucionais de igualdade e de não
discriminação. Isso pressupõe, além da mesma representação sindical, a mesma
remuneração, as mesmas condições de trabalho e as mesmas garantias a todos os
trabalhadores.
Brasília,
4 de julho de 2013
Fonte: Contee
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