terça-feira, 28 de novembro de 2017

Sinpro Macaé e Região promove lançamento de livro com o Professor Gaudêncio Frigotto




                 Professor Gaudênio Frigotto com o presidente do Sinpro Macaé e Região Cesar Gomes

                    


Publicação reúne artigos que contestam o conceito de escola sem partido


O auditório da Faculdade FAFIMA, em Macaé, recebeu na segunda-feira, 27 de novembro, o lançamento do livro Escola “sem” partido – Esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira. O evento contou com a presença de Gaudêncio Frigotto, organizador do livro e doutor em Ciências Humanas pela UFRJ.



O livro reúne artigo de diversas pesquisadoras e pesquisadores. Publicado pelo Laboratório de Políticas Públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a publicação surgiu da necessidade de dialogar e contrapor as ideias de quem defende escolas de pensamento único, em que qualquer discussão política, partidária ou não, deve ficar de fora da sala de aula.

 

    De acordo com Frigotto, a ideia do livro é trazer textos curtos para que, em especial, as/o educadoras/es  possam ler entre uma aula e outra. Além de livrarias de todo o país, o livro será disponibilizado na internet a partir do mês de junho. De acordo com Frigotto, a ideia é que essas informações sejam trabalhadas nos “rincões mais distantes do país, onde também há ameaça da escola sem partido”.

  
                            Professora Guilhermina Rocha Diretora do Sinpro Macaé e Região

Debate – O lançamento do livro fez parte da comemoração dos 23 anos do Sindicato dos Professores de Macaé e Região.

 
            Professora Ivania Ribeiro diretora da Secretaria de Assuntos Educacionais e Culturais

“Política é a luta de quem está fora do direito para colocar suas necessidades em pauta. Assim é com o MST, movimento LGBT, negros, mulheres etc.” Para Frigotto, se a escola sem partido estivesse em vigor, todos esses grupos seguiriam sem espaço na sociedade. Foi graças ao debate político dentro e fora das escolas que se conseguiu ampliar os direitos sociais.

                        Professora Rosilene Macedo diretora do Sinpro Macaé e Região

Para defender que as escolas e as/os professoras/es tenham liberdade sobre o que é ensinado o professor da UFRJ vai além: “A escola não é do governador, não é do diretor, não é do Bispo. É de todos e, por isso, ela tem que ter o contraditório”, argumentou Frigotto sobre a tentativa de tentar padronizar o pensamento nas salas de aulas.

 





Sintoma – Todo esse processo não está alheio a tudo que vem ocorrendo no país. Para o professor, acabar com a política nas escolas faz parte de um processo em que a classe dominante tenta conter o avanço das conquistas sociais. “Essa proposta de acabar com a política trabalha com um grau máximo de despolitização: o medo. Medo de falar, medo de pensar diferente”, afirmou Gaudêncio, que lembrou que esse medo precisa ser combatido para que o enfrentamento de ideias seja feito.


Caminho – Mas como enfrentar esse avanço tendo em vista que a lei já está em vigor em estados como Alagoas e aparecem na pauta de outros tantos? Para Frigotto, tudo o que não podemos é agir como os que defendem a escola sem partido. “Nosso lema não é o ódio. Nosso lema é a justiça. O que queremos é radicalizar a justiça. O melhor caminho é o diálogo, seja com os que pensam como a gente como com quem discorda”, complementa o professor.


  
Caminho II – O presidente do Sinpro Macaé e Região, Cesar Gomes, também contribui com a discussão. Para ele, um dos caminhos para combater o avanço da escola sem partido é focar em suas contradições. “Como podem pessoas que pregam o estado mínimo defenderem que haja total controle estatal sobre o que é ensinado em sala de aula?”, indaga o professor.






No pacote Cesar  também lembrou que a ideia de escola sem partido não está alheia à Reforma do Ensino Médio, que foi implementada por Michel Temer por meio de Medida Provisória, e disparou: “São mudanças que não dialogam com os tempos em que vivemos e que sequer servem para garantir empregabilidade para os jovens. Nesse sentido, é muito triste que vou dizer , até as reformas do regime militar foram melhores que a que aí está”.


Sindicato dos Professores de Macaé e Região 



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