Tentativa de censurar livro sobre cultura africana reforça a necessidade de debates sobre o Racismo , a desigualdade social e sobre o papel da educação na integração da sociedade em todas as escolas públicas e privadas.
Não são somente os(as) professores(as) a verem a censura às voltas da
escola pública, fruto de leis como o Escola sem Partido. Agora, obras
literárias têm passado pelo mesmo problema. Um dos exemplos aconteceu no
município carioca de Volta Redonda. Após ser colocado no currículo
escolar, o livro Omo-Oba: Histórias de Princesas foi retirado pela
direção da Escola Sesi.
A obra, que conta histórias de princesas africanas e privilegia o
recontar de mitos africanos pouco conhecidos pelo público brasileiro em
geral, sofreu forte reação de alguns pais de alunos e de grupos
vinculados a igrejas pentecostais, sendo retirado do currículo da
escola. Para Kiusam Regina de Oliveira, autora do livro e professora do
Departamento de Teorias de Ensino e Práticas Educacionais do Centro de
Educação, o objetivo da obra é de fortalecer a personalidade de meninas,
independente de raça/cor, etnia, condições socioeconômicas.
“Tais rainhas são nossas ancestrais, uma vez que há comprovações
científicas de que África é o berço da humanidade. A forma com que eu as
apresento neste livro é sem nenhuma conotação religiosa, mergulhadas em
fatos que estão na história e nos aspectos da cultura afro-brasileira,
através de uma narrativa com personagens negras cheias de afeto e de
empoderamento, o que é uma raridade em bibliotecas brasileiras”,
ressalta Kiusam Regina. A autora ainda lembra que a censura desrespeita
as leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, que obriga o ensino da História da
África e das Culturas Afro-brasileira nas escolas em todos os seus
segmentos, e à Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
O veto ao livro ganhou repercussão diante da reação de alguns pais,
que consideraram a censura à adoção do livro um desrespeito e um não
reconhecimento à importância da cultura africana para a formação cidadã
do povo brasileiro. Professora da Educação Infantil por 23 anos, Kiusam
lembra que o livro foi altamente premiado e se coloca como um espelho
para a vaga do ser negro no país. “Durante estes anos, foram várias as
situações de confrontos de alunos negros com a ausência de príncipes e
princesas como eles na literatura infantil e juvenil brasileira. Assim
sendo, resolvi publicar histórias de rainhas negras que fazem parte da
história, da cultura e da humanidade. Pode parecer pouco, mas num país
racista e eurocêntrico como o Brasil, tais princípios têm sido a defesa
de crianças negras na luta contra a sua invisibilidade, a discriminação
racial e o racismo”.
A diretoria colegiada do Sinpro repudia e lamenta a tentativa de censura promovida pela Escola Sesi de Volta Redonda, e rejeita toda e qualquer forma de intolerância, quer seja ela religiosa, racial ou de gênero. Em tempos de luta pela igualdade, pelo respeito ao próximo e pelo direito que todos tenham acesso a todos os tipos de cultura, atos racistas e fundamentalistas como este desrespeitam leis e a luta por uma sociedade mais justa.
A diretoria colegiada do Sinpro repudia e lamenta a tentativa de censura promovida pela Escola Sesi de Volta Redonda, e rejeita toda e qualquer forma de intolerância, quer seja ela religiosa, racial ou de gênero. Em tempos de luta pela igualdade, pelo respeito ao próximo e pelo direito que todos tenham acesso a todos os tipos de cultura, atos racistas e fundamentalistas como este desrespeitam leis e a luta por uma sociedade mais justa.
Prática da lei dentro da escola
A valorização da cultura africana tem sido tratada dentro da sala de
aula. Em respeito à Lei nº 10.639/03, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional, incluindo no currículo oficial da rede de
ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira
e Indígena”, desde 2003 a professora de Sociologia Margareth Francisca
de Oliveira desenvolve o projeto Africanidades. Além de
mostrar a verdadeira história do continente africano, o projeto ajuda
os estudantes a se conhecerem e a valorizarem a riqueza cultural que
sempre esteve presente na África.
“Desenvolvo este projeto nas escolas que trabalho desde 2003, quando
houve uma capacitação de professores para trabalhar a História da
África. Vemos um engajamento muito grande dos estudantes quando
realizamos o projeto, além de ajudar na questão da autoestima e da
valorização do conhecimento da cultura africana. Conhecemos o continente
africano apenas no aspecto colonial e não conhecemos o que vem antes
deste período. Quando os estudantes passam a conhecer a África
tecnológica e de pertencimento, que teve sua história de glória e depois
foi dizimada, eles começam a admirar toda riqueza cultural que veio e
vem deste continente”, salienta a professora.
Durante a realização do projeto os estudantes apresentam o resultado
de suas pesquisas em exposições. Os alunos ainda participam de desfiles e
apresentações culturais variadas.
SITE: SINPRO DF
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