Novo ataque retira ainda mais direitos, mas prejudica, principalmente, a educação de qualidade
Os ataques aos trabalhadores e trabalhadoras da educação não param de acontecer. O artigo da pesquisadora Vera Nepomuceno trouxe um alerta sobre a uberização do professor. Isso porque a empresa “EdTech Prof-e Inovação em Educação”, criada em dezembro de 2017, no ano da Reforma Trabalhista que prejudica trabalhadores até hoje, fez uma chamada para um processo seletivo nacional que cadastraria professores de Ensino Fundamental, Médio Técnico e Superior para trabalharem por demanda de escolas públicas e privadas.
Contudo, as condições são ainda mais precárias, desrespeitam e retiram ainda mais direitos. Segundo o edital, para os professores que moram na mesma cidade da escola, a aula seria presencial. Nos demais, a aula poderia ser ministrada a distância. Tudo isso realizado por um aplicativo. Pasmem! As despesas que o professor tivesse ficaria a cargo dele.
Segundo Vera Nepomuceno, o aplicativo que por um sinal sonoro, tal qual o do Uber, chamaria o professor para uma ou várias aulas. Isso, além de colaborar para intensificar a desregulamentação do trabalho, retira o acesso a direitos como como férias, décimo terceiro salário, remuneração pela preparação de aulas, garantias trabalhistas. Entretanto, vai além, coloca em risco a educação de qualidade, sempre defendida pelo Sinpro Macaé e Região.
O aplicativo pensa que está resolvendo a educação, mas não! Retira o professor das salas como se este fosse o problema. Se utilizam da rotina corrida dos tempos modernos para mostrar a sua utilidade. Contudo, ele é a destruição da educação. Não tem como pensarmos a educação sem a presença do professor junto dos alunos, ensinando e incentivando o pensamento crítico sobre o conhecimento adquirido.
Ao mesmo tempo, tentam naturalizar o ensino a distância. O Sinpro já se posicionou sobre esta modalidade. O Sindicato reconhece que a Educação a Distância é uma realidade sem volta, mas lembra que ela ainda não está devidamente regulamentada. Ele não só fragiliza as relações de trabalho, mas coloca no mercado pessoas sem a prática que a profissão exige, o que reflete na educação dos brasileiros. Além de serem mal remunerados, os professores que são contratados por estes cursos, em sua maioria, não tem carteira assinado, ou seja, não possuem direitos trabalhistas.
O Sinpro Macaé e Região repudia mais esse avanço no processo de precarização do trabalho e da educação no País. Isto reforça ainda mais a necessidade de união da categoria por meio das centrais sindicais.
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