terça-feira, 7 de março de 2017

Manifesto das organizadoras da Greve Internacional de Mulheres (GIM)*

 
 
Neste dia 8 de março, nós, mulheres, nos reunimos nos espaços públicos de nossas vilas, municípios e cidades para a Greve Internacional de Mulheres (GIM) em oposição à misoginia, xenofobia, lesbofobia, bifobia, transfobia e racismo crescentes internacionalmente. 
 
Através de séculos, e mais acentuadamente nos últimos meses, nós levantamos nossas vozes em uníssono para declarar um NÃO enfático contra essas injustiças e violências sistêmicas. Todavia, temos encontrados constantemente insultos e humilhações dos governo e de seus apoiadores.
 
Hoje, 8 de março de 2017, é a hora de declarar: BASTA! Não mais.
 
Apesar de nem todas nós podermos fazer greve hoje, de nem todas nós podermos andar livremente pelas ruas para protestar, apesar de nem todas podermos andar pelas ruas sem a supervisão de um homem – queridas irmãs, não tenham medo, nós lembramos de vocês e levantamos nossas vozes de protesto também em seus nomes.
 
Nós somos mulheres de 48 países unidas na GIM parando ao redor do mundo. A GIM não é feita apenas de milhares de organizações feministas, mas em grande parte de pequenos movimentos locais, e acima de tudo por feministas independentes. A GIM foi criada para TODAS as mulheres e CADA mulher compõe a GIM.
 
Hoje, entrosadas e unidas pelo desejo vital de conseguir aquilo que merecemos como seres humanos em nossas vidas e por nossas filhas, irmãs e amigas, nós continuamos no século 21 a luta realizada por nossas avós nos séculos 19 e 20 que nos concederam o direito de votar, de estudar, de nos divorciarmos, de trabalhar nas profissões que desejamos ou mesmo andar de bicicleta ou de carro! Mas, no século 21, muitas de nós ainda têm a educação ou os direitos fundamentais negados pelo simples fato de termos nascido mulheres. O trabalho que desempenhamos como mães e cuidadoras não é reconhecido, a pobreza e a dependência financeira nos afetam mais por sermos mulheres. Para algumas meninas, o desejo humano de viver como querem lhes é negado – mesmo praticar os esportes que elas desejam é proibido.
 
Cada uma de nós ao redor da organização mundial da GIM apresenta nossa lista de demandas específicas de acordo com nossas realidades locais. Mas todas e cada uma de nós concorda em pontos fundamentais:
  • Exigimos direitos humanos para as mulheres em todas as latitudes;
  • Exigimos a liberdade de deliberar sobre nossas vidas e escolhas;
  • Exigimos que os nossos opressores sejam julgados e punidos pela lei, em vez de nos vitimarem e serem protegidos pelo corrupto sistema judiciário
  • Exigimos um Estado laico, com a separação entre Estado e Igreja, junção que vergonhosamente é uma das fontes de nossas opressões;
  • Exigimos benefícios econômicos iguais, igualdade de salários
  • E exigimos também condições legais justas e apropriadas para nossas vidas reprodutivas, para a licença maternidade.
Nós, as mulheres, não vamos mais tolerar as restrições que nos são impostas por aqueles que estão no poder. Unidas como em nenhum outro momento da história, constituindo mais da metade da população do planeta e focadas no bem comum, lutaremos sem parar até que nossas demandas sejam cumpridas. Os poderes vigentes não acataram às nossas demandas por direitos, então agora, eles vão nos temer.
Porque nós somos o poder.
 
 Nós somos invencíveis. 
 
Nós estamos em todos os lugares, em cada esquina ou canto do mundo.
 
Porque nós temos a melhor arma, a Solidariedade.
 
 
Diretoria do Sinpro Macaé e Região

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Bairro Centro – Rio das Ostras
Tel: (22) 2764-6772
 
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