A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de
Ensino — Contee, que representa cerca de 1 milhão de professores e
técnicos administrativos que atuam na educação privada, repudia a
aprovação, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), por 20 votos a
três, da última versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A
decisão favorável a um texto que apresenta uma série de retrocessos
desrespeita os processos históricos da educação brasileira e o diálogo
com a sociedade, representada por professores, pesquisadores,
organizações e entidades que defendem a educação.
O resultado da votação ocorrida nesta sexta-feira, 15 de novembro,
causa à Contee grande preocupação com a educação infantil e o ensino
fundamental no país, colocados à mercê de forças retrógradas, que
simbolizam um atraso histórico no setor e na sociedade. A aprovação
dessa BNCC atropela o ideal de fortalecimento de uma educação pública,
gratuita, laica, inclusiva, democrática e socialmente referenciada, bem
como o princípio de uma educação transformadora, cidadã e alinhada com a
defesa dos direitos humanos.
Além da supressão de temas sociais em plena discussão no meio
educacional — como o combate às discriminações de raça, gênero e
orientação sexual — e da interferência de movimentos reacionários como o
Escola Sem Partido, há que se considerar a exclusão de disciplinas que
dão acesso ao conhecimento social e histórico; os flancos para a entrada
do interesse mercantilista na educação básica, a exemplo do que já
acontece há anos no ensino superior; os problemas decorrentes de uma
lógica empresarial que desvaloriza carreira e formação dos trabalhadores
em educação; e toda a ameaça à conquista da educação pública, gratuita,
inclusiva, laica e de qualidade, prevista na Constituição Federativa do
Brasil, de 1988.
Essa aprovação é consequência direta do golpe que atingiu o Conselho
Nacional de Educação, como denunciado pela Contee no ano passado, quando
a Confederação se manifestou contra a destituição de conselheiros
nomeados pela Presidenta Dilma Rousseff e sua substituição por nomes
ligados ao capital. Um golpe que aparelhou o CNE com o objetivo de que
assegurar a aprovação de todas as matérias que visam a atender os
interesses do privatismo e do conservadorismo. Enfrentar tais forças não
é fácil e, por isso, expressamos nossa admiração pelas conselheiras
Márcia Ângela Aguiar, Malvina Tuttman e Aurina Oliveira Santa, as
únicas, dentro de um Conselho dominado, que honraram a luta em defesa da
educação brasileira.
O documento aprovado neste 15 de dezembro não representa a educação
necessária nem a reflexão de docentes pesquisadores, dos movimentos
sociais e dos representantes das organizações educacionais que se
debruçaram sobre as discussões da BNCC ao longo dos últimos anos. Contra
esse documento, a Contee e as demais entidades que compõem o Fórum
Nacional Popular de Educação (FNPE) continuarão lutando, com o
desenvolvimento de estratégias para impedir a implementação desse
retrocesso. As escolas democráticas e críticas, que sabem que currículo
vai além da lista de conteúdo, devem se contrapor à aplicação dessa base
curricular, conforme o slogan da campanha de resistência lançada pelo
FNPE: “Aqui já tem currículo! Não precisamos da BNCC golpista!”.
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee
SINDICATO DOS PROFESSORES DE MACAÉ E REGIÃO
SEDE MACAÉ
Endereço: Rua Teixeira de Gouveia, nº
1169 sala110
Bairro: Centro – Macaé -
RJ - CEP: 27.910-110
Tel.: (22) 2772-3154
Horário de Funcionamento: 9h às 18h ( Intervalo 13h às 14h)
Email: contato.sinpromacaeregiao@gmail.com
Direção: sinpromacae.regiao@gmail.com
Jurídico:
juridico.sinpromacae@gmail.com
Homologação:homologacao.sinpromacae@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário