Explorar as tradições e cozinhar pratos típicos da festividade é um modo de valorizar nossa cultura
Festa junina. Essas duas palavras nos levam ao mês de junho, ao frio, a pensar em fogueiras, bandeirinhas, quadrilha, barraquinhas com brincadeiras e, principalmente, nas gostosas comidas que ocupam uma parte central da festa. Mas qual a origem da festividade e seus tantos símbolos?
É sabido que os povos da Antiguidade comemoravam a época da fecundidade das terras e colheitas ao redor de fogueiras. Esse período do ano correspondia ao solstício, momento em que o Sol incide com maior intensidade sobre um dos dois hemisférios. Os solstícios ocorrem duas vezes ao ano: dezembro e junho.
Nas remotas comemorações de povos pagãos, as fogueiras eram acesas com o objetivo de afastar pestes, estiagens e outros males. Já na cultura cristã, a fogueira representa o meio utilizado por Isabel, prima de Maria (mãe de Jesus), para avisá-la em 24 de junho do nascimento de seu filho, João Batista, o São João.
As festas juninas são, portanto, em sua essência multiculturais. Em cada lugar do mundo comemora-se de forma diferente. Por influência da colonização portuguesa e católica (em Portugal, denominam-se Festas Joaninas), durante nossas festas juninas homenageamos santos como Santo Antônio, São Pedro e São João.
São João é o único santo da igreja católica cuja a comemoração se dá no dia do seu nascimento e não da sua morte. É o santo mais comemorado por todo o Brasil e atribui-se a ele as boas colheitas, as fogueiras e o estouro dos rojões que afastam os maus agouros.
O solstício comemorado em junho no nosso País é o de inverno e a época coincide com a colheita do milho em todo território, o que explica a forte presença do alimento nas comemorações de norte ao sul, seja assado, cozido ou em forma de pipoca, pamonha, curau, bolo e cuscuz. Amendoim e mandioca também são ingredientes presentes nos quitutes destas festas. Tudo com muito açúcar, lembrando nossa herança portuguesa. Canjica, arroz doce, paçoca, maçã do amor, pé de moleque, quentão e vinho quente também costumam estar presentes nas festas.
Por sua vez, as bandeirinhas coloridas simbolizam o costume antigo de homenagear os santos colocando bandeiras com suas imagens no alto de mastros. Os balões teriam a missão de levar as mensagens da terra aos céus. As danças juninas, segundo consta, são inspiradas nos bailes das cortes transpostos para as festas rurais em forma de quadrilhas.
Dependendo da região, a festa junina apresenta um caráter peculiar em consonância com a cultura local e a comida segue o mesmo caminho. Para citar preparos mais regionais, podemos falar em munguzá na região Norte, mané pelado no Nordeste, Centro Oeste e Sudeste e bolinho caipira e pinhão que têm forte presença no Sul.
Para entrar no clima junino, propomos a seguir uma oficina de cozinha na qual explora-se a descoberta de cada ingrediente e seus processos de transformação.
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