por Clemente Ganz Lúcio
“O sistema capitalista está sempre se reinventando. A busca 
desenfreada pela competitividade – lucro maior, obtido cada vez mais 
rapidamente – desloca as plantas das empresas para locais onde a relação
 entre custo do trabalho, salários e produtividade é favorável para o 
negócio e promove profundas mudanças tecnológicas em todas as áreas de 
produção de bens e serviços.
Onde essa estratégia encontra resistência social e/ou institucional, 
os donos do capital pressionam para que haja flexibilização absoluta dos
 contratos, da jornada de trabalho, dos salários e das condições de 
trabalho, visando criar mecanismos que deem garantias legais para 
reduzir o custo do trabalho. Quebra-se o poder sindical e a 
solidariedade de classe. Ao indivíduo-trabalhador é oferecida a 
liberdade para negociar a precariedade das condições de trabalho.
O emprego clássico – aquele com vinculo, em que o trabalhador atua em
 período integral e recebendo salário – perde terreno e já é menos de 
25% da força de trabalho no mundo. Ou seja, em boa parte dos países, 
mais de ¾ dos trabalhadores têm empregos temporários, contratos com 
prazo determinado, jornadas parciais e vínculos informais.
As diferentes formas de precarização derrubam a renda das famílias, 
enquanto aceleram o crescimento da renda do capital e de acionistas. 
Crescem as desigualdades na distribuição funcional da renda. As famílias
 são pressionadas a aumentar a jornada dedicada a diferentes trabalhos 
precários, que oferecem baixos salários, para compor a renda.
O Brasil, sintonizado com essa “modernidade” – sim, chamam isso de 
modernidade -, abre a economia à avidez dos investidores internacionais 
que procuram bons negócios. A institucionalidade das relações de 
trabalho no país atrapalha esse plano, porque não é suficientemente 
flexível para reduzir o custo do trabalho.
Qual a estratégia? Criar uma nova institucionalidade, capaz de 
proteger as empresas e seus investidores, com o objetivo de criar um 
sistema de relações de trabalho que processe, de maneira permanente e 
segura, uma redução adequada do custo do trabalho.
O projeto de reforma trabalhista elaborado por agentes dos três 
poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) é perfeito nesse aspecto, 
porque faz uma mudança institucional estrutural e de longo prazo. O 
Brasil ampliará a inserção global com instituições laborais capazes de 
oferecer a máxima flexibilidade nas formas de contratar, definir jornada
 e fixar remuneração. A precarização sem fronteiras será autorizada e 
legalizada.
E os impactos disso tudo sobre as condições de vida, a coesão social,
 a demanda e formação do mercado interno, a dinâmica do desenvolvimento 
econômico e social, a soberania? A resposta a essas questões exige outro
 projeto de desenvolvimento de caráter nacional. Por isso, o futuro se 
abre como um enorme desafio, exigindo as velhas e sempre renovadas lutas
 sociais e políticas!”
*Clemente Ganz Lúcio é diretor técnico do Dieese
Diretoria do Sinpro
Macaé e Região
SEDE MACAÉ 
Endereço: Rua
Teixeira de Gouveia, nº 1169 sala110 
Bairro:  Centro – 
Macaé - RJ - CEP: 27.910-110 
Tel.: (22)
2772-3154
Horário de Funcionamento: 9h às 18h ( Intervalo 13h às 14h)
Email: contato.sinpromacaeregiao@gmail.com
Direção: sinpromacae.regiao@gmail.com
Jurídico: juridico.sinpromacae@gmail.com
Homologação:homologacao.sinpromacae@gmail.com

Nenhum comentário:
Postar um comentário