São Paulo – Instância de resistência e reação ao desmonte da educação
 pelo governo de Michel Temer (PMDB), a Conferência Nacional Popular de 
Educação – Conape 2018, marcada para abril do próximo ano, tem 
confirmada a adesão de fóruns estaduais do setor de 18 estados e do 
Distrito Federal. A expectativa é que esse número aumente, já que muitos
 colegiados ainda estão em diálogo com entidades e gestores.
Entre os objetivos da Conape estão o monitoramento das metas e a 
análise crítica das medidas que inviabilizam a efetivação do Plano 
Nacional de Educação (PNE), em especial a aprovação da Emenda 
Constitucional 95/2016, que estabelece um teto de 20 anos aos gastos 
públicos federais. A medida afeta principalmente a educação.
A organização das conferências regionais, visando a etapa estadual, 
está mais adiantada no Distrito Federal. O fórum distrital, em 
funcionamento desde 2012, composto por mais de 22 entidades, das quais 
15 da sociedade civil, já definiu seu calendário. Até o final de 
setembro, deverão ser realizadas 14 conferências regionais.
Em Rondônia, onde o colegiado estadual existe apenas no papel, o 
sindicato dos trabalhadores em educação no estado se retirou e decidiu 
criar uma comissão para constituir o fórum popular estadual, que terá a 
incumbência de organizar onze conferências regionais.
No Mato Grosso do Sul, o Fórum Estadual de Educação prevê 14 
conferências municipais e uma estadual. A Universidade Federal do Mato 
Grosso do Sul (UFMS), a associação dos seus docentes e a Federação dos 
Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) já anunciaram 
apoio.
Entidades e movimentos do Rio de Janeiro decidiram continuar no Fórum
 Estadual. E pelo que tudo indica não terão condições de realizar as 
etapas municipais e estadual antes de março. Mesmo assim, vão contribuir
 com o Conape por meio da sistematização de suas conferências. Em Goiás 
ainda não há definição de agenda para as etapas regionais, mas há o 
compromisso da realização.
O governo de Flávio Dino (PCdoB), no Maranhão, já manifestou apoio à 
organização das etapas no estado. E em Minas Gerais, onde o Fórum 
Estadual é coordenado pela regional mineira da União Nacional dos 
Dirigentes Municipais de Educação (Undime), está confirmada adesão à 
Conape. E há possibilidade de o governo sediar a etapa nacional, 
prevista inicialmente para Brasília, no final de abril.
Dificuldades
A preocupação central do fórum estadual do Piauí é o financiamento da
 Conape: Como garantir a participação dos delegados na conferência 
popular?
Em São Paulo, onde o Fórum Estadual mantém o vínculo com a secretaria
 estadual do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), alguns municípios já 
fizeram suas etapas. No entanto, a pasta já anunciou dificuldades em 
financiar a etapa estadual.
Em Santa Catarina as entidades aderiram ao Conae, mas também 
mantiveram vínculo como o colegiado estadual, que pretende fazer as 
etapas embora anuncie não haver recursos.
No Espírito Santo, onde as entidades decidiram se manter unidas ao 
fórum estadual apesar de praticamente nem se reunir, será definido um 
calendário de etapas municipais e estadual à revelia do governo 
estadual. A situação é semelhante à do Mato Grosso, onde há tentativa de
 articulação com o governo. Se não houver acordo, as entidades farão as 
conferências por conta.
O Ceará deverá participar da conferência nacional que for realizada, 
seja a do Fórum Nacional Popular ou mesmo da oficial, caso o Ministério 
da Educação convocar.
Os estados do Rio Grande do Norte, Paraná e Bahia ainda não definiram
 a adesão. Pernambuco terá conferência estadual realizada pelo próprio 
fórum estadual, ao qual as entidades decidiram permanecer vinculadas.
Resistência
Para a segunda secretária da Associação Nacional de Pós-Graduação e 
Pesquisa em Educação (Anped) e integrante da organização da Conape, 
Miriam Alves, independentemente do nome que as conferências estaduais 
venham a ter, o importante é o foco na resistência. “Há uma disputa nos 
fóruns estaduais de Educação que mostra a força do momento golpista que 
estamos vivendo. Penso que esse é o momento em que a gente se junta para
 se fortalecer”, afirma, ressaltando que em muitos estados as entidades 
estão definindo se vão manter a participação nas tradicionais 
conferências estaduais de educação, ou se participam apenas das 
conferências estaduais populares.
Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação 
(CNTE) e coordenador do Fórum Nacional Popular de Educação (FNPE), que 
organiza a Conape, Heleno Araújo lembra que os estados são livres para 
elaborar suas estratégias e por isso é preciso flexibilidade. “O mais 
importante é fazer a resistência política e trazer as contribuições dos 
estados para a Conferência Nacional Popular da Educação.”
O caráter do movimento, segundo ele, é de mobilização, de 
autofinanciamento. “Mesmo que os governos estaduais não queiram apoiar, 
nós vamos buscar recursos”.
A coordenação do FNPE já definiu o regimento e documento de 
referência da conferência, que logo estarão disponíveis para consulta.
O Ministério da Educação, por sua vez, ainda não apresentou documento
 de referência e nem orçamento para a realização da 3ª Conferência 
Nacional de Educação (Conae), prevista para 2018, ainda sem definição de
 data.
A Conape 2018 é uma das reações das entidades de educação à portaria 
577 do Ministério da Educação (MEC). Editada em 27 de abril pelo 
ministro Mendonça Filho (DEM-PE), modifica a composição do Fórum 
Nacional de Educação (FNE), exclui representantes de diversas entidades 
do setor e transfere do FNE para a secretaria executiva do MEC a 
competência de realizar a Conferência Nacional de Educação (Conae) e de 
acompanhar o cumprimento de suas deliberações.
(Rede Brasil Atual, 16/08/2017)
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